Após conceder um reajuste do salário mínimo abaixo da inflação, reduzindo o salário real de trabalhadores e aposentados que recebem o piso, o governo recuou e anunciou a correção, nesta terça-feira, 14.
Bolsonaro se reuniu com Guedes e voltou atrás anunciando a correção do mínimo em 4,48%, o que acrescenta 6 reais ao valor de R$ 1.039, passando para R$ 1.045. Anteriormente o aumento previsto era de 4,1%.
Ainda assim, Bolsonaro se queixou da correção. Para ele, a correção do reajuste “é barra pesada” para as contas do governo:
“Acho que tem brecha para a gente atender [o reajuste]. A inflação de dezembro foi atípica [com] pico por causa do preço da carne. A ideia é [repor] a inflação, o mínimo, né?! Agora, cada um real [de reajuste] aumenta mais ou menos 300 milhões de reais no orçamento. A barra é pesada. Apesar de ser pouco o aumento, 4 reais ou 5 reais, mas tem que recompor”, disse o presidente ao deixar o Palácio da Alvorada.
Em seu Twitter, Bolsonaro voltou se queixar dizendo que é “pouco para quem recebe, mas muito para quem paga”.
O plano do governo era manter a redução do poder de compra dos trabalhadores e aposentados mais pobres. No final do ano passado, o governo editou medida provisória fixando o salário mínimo em R$ 1.039, calculado com base na projeção no INPC de 4,1%. Mas o percentual ficou acima deste índice, conforme divulgado pelo IBGE.
O índice rebaixado era ainda menor do que o concedido para beneficiários do INSS que recebem acima de um salário mínimo, fazendo com que quem recebesse menos fosse mais prejudicado.