O secretário do Ministério da Saúde que é contra vacinas e a favor de cloroquina, Hélio Angotti Neto

O governo de Jair Bolsonaro está avaliando a possibilidade de indicar o secretário do Ministério da Saúde que é contra vacinas e a favor de cloroquina, Hélio Angotti Neto, para uma vaga na diretoria da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).

A ideia veio de dentro do próprio governo e foi bem recebida por Jair Bolsonaro e seu ministro da Saúde, Marcelo Queiroga.

Segundo a Folha de S.Paulo, Queiroga já queria tirar Angotti do Ministério da Saúde, mas sem causar atritos. Hélio é secretário de Ciência, Tecnologia, Inovação e Insumos Estratégicos do Ministério da Saúde.

Por parte de Bolsonaro, transferir Hélio Angotti Neto para a Anvisa seria uma forma de “se vingar” do presidente da Agência, almirante Barra Torres, que é favorável à vacinação infantil e confrontou Bolsonaro quando foi acusado de corrupção.

Bolsonaro insinuou que a Anvisa autorizou a vacinação de crianças com idade entre 6 e 11 anos por conta de interesses escusos. Em nota, Barra Torres pressionou Bolsonaro a apontar provas, mas ele não o fez.

Hélio Angotti Neto foi responsável pela recusa, por parte do Ministério da Saúde, de quatro protocolos produzidos pela Conitec (Comissão Nacional de Incorporação de Tecnologias no Sistema Único de Saúde) que orientavam contra o uso de cloroquina no tratamento de Covid-19.

Em nota, Angotti afirmou que as vacinas não funcionam e não são seguras, ao contrário da cloroquina que, segundo ele, é eficaz e segura. O secretário do Ministério da Saúde contradisse todos os estudos feitos no mundo inteiro.

Uma vaga para a diretoria da Anvisa será aberta em julho. O indicado do governo terá que ser aprovado pelo Senado Federal.

Senadores do chamado “centrão”, que hoje compõem o governo Bolsonaro, alertaram que a chance de Angotti Neto ser aprovado é baixa, dada a repercussão de suas críticas às vacinas na Casa.

A Comissão de Direitos Humanos vai convocá-lo para prestar depoimento sobre o caso. Senadores afirmaram que vão entrar na Justiça para que o membro do governo Bolsonaro perca o cargo.