Jair Bolsonaro fez, na noite de segunda-feira (21), um jantar sem distanciamento e sem máscaras com ministros, com o senador Jorginho Mello (PL-SC), o empresário Luciano Hang (investigado por financiar fake news) e o apresentador Ratinho, em Santa Catarina.
Pelo menos 18 pessoas participaram do jantar e se abraçaram para fotos.

O jantar, feito com dinheiro público, foi oferecido no Forte Marechal Luz, em São Francisco do Sul (SC), onde está hospedado, a passeio. O Estado, que é um dos que mais tem sofrido com a alta no número de casos de Covid-19, já tem 90% dos seus leitos de UTI ocupados.

Bolsonaro está passeando em Santa Catarina desde o último sábado. Ele chegou a sobrevoar a região atingida pelas enxurradas no Vale do Itajaí, onde 21 pessoas morreram. Mas Bolsonaro não desceu do seu helicóptero para olhar o estrago de perto e se solidarizar com os moradores.
Depois visitou o 62º Batalhão da Infantaria de Joinville e em seguida se deslocou até o Forte Marechal Luz.

Mesmo tendo contraído o coronavírus, Bolsonaro continua ignorando as orientações sanitárias do uso de máscaras e de manter distância de outras pessoas.

Ainda na segunda-feira (21), Jair Bolsonaro voltou a afrontar a deliberação do Supremo Tribunal Federal (STF) sobre as restrições para quem não tomar a vacina. “Não pode obrigar o povo a tomar vacina, não. Quem quiser tomar, vai sair gratuitamente para todo mundo”, afirmou.

Ele mandou avisar a seus ministros que o governo federal não vai impor qualquer restrição para quem decidir não tomar imunizante, em evidente afronta à deliberação do STF.

Conforme determinação do Supremo, isso não vai impedir que os Estados queiram adotar restrições, ou que quem for viajar ao exterior não seja obrigado a se vacinar, se não for uma exigência do país de destino. Mas, onde estiver ao alcance do governo federal, não haverá qualquer sanção a quem não se imunizar.

Bolsonaro já tinha dito que “não vou tomar e ponto final. Problema meu”.
Nenhuma entidade médica está defendendo essa posição. Na verdade, a orientação é de que toda a população, tendo ela sido infectada ou não, seja vacinada para que o vírus possa ser erradicado.

Bolsonaro tem tomado essa posição com o intuito de enfraquecer a campanha pró-vacinação no país. Ele levanta suspeitas sobre as vacinas e diz que não há segurança sobre a vacinação em grávidas, por exemplo.

Nesta terça-feira (22), ele curtiu uma manhã de pescaria ao lado do apresentador Ratinho, do secretário da Pesca, Jorge Seif Jr., e do ministro das Comunicações, Fábio Faria.

Enquanto isso, desde março, o coronavírus já matou 188.285 pessoas. Só nas últimas 24 horas foram 963 mortes, segundo dados das secretarias estaduais para o consórcio de imprensa.