Foto: Chico Ribeiro/Governo Mato Grosso/EBC

Desde que assumiu a Presidência da República, Bolsonaro atua contra o meio ambiente. O ápice do descaso de sua gestão com a área foram as declarações da famigerada reunião de abril, quando o ministro da Pasta, Ricardo Salles, defendeu que o governo aproveitasse a pandemia para “passar a boiada”, em referência ao desmonte das políticas ambientais.

Cinco meses depois da declaração, o país vê, na prática, o resultado da omissão e do descaso. Pantanal e Amazônia em chamas, fauna e flora devastadas, famílias desalojadas. Para agravar ainda mais o cenário, mesmo após as graves queimadas de 2019, o governo reduziu em quase 60% a verba para contratação de pessoal para prevenção de incêndios florestais em áreas federais – o que gera impacto direto nas ações de combate aos incêndios deste ano.

Para a deputada Jandira Feghali (PCdoB-RJ), tanto as queimadas como o desmatamento são culpa de Bolsonaro. “Omissão de uns e crime de outros. Animais queimados, mortos e famílias inteiras desalojadas. Desmatamento e queimada descontrolados são culpa de Bolsonaro, sim!”, defendeu a parlamentar.

A líder do PCdoB na Câmara, deputada Perpétua Almeida (AC), afirmou que a gestão de Salles envergonha o país. “Pantanal e Amazônia queimando e o Salles passando a boiada. Essa criatura é um atraso para o Brasil. Envergonha e expõe os que trabalham com seriedade nesse país e estão sendo prejudicados com os boicotes internacionais a pecuária e a produção nacional. Os incêndios que assolam o Pantanal há dois meses são os maiores da história. Uma tragédia devastadora para um dos biomas até então mais preservados do país”, lamentou.

Já a deputada Alice Portugal (PCdoB-BA) afirmou que enquanto o Brasil “arde em chamas, Bolsonaro demonstra total descaso com a proteção dos nossos biomas”, o que, segundo ela, é “inaceitável”.

Na Amazônia, as queimadas tiveram aumento de 30% em relação a 2019, enquanto o Pantanal registra o maior número de queimadas em uma década – 12.793 focos de incêndio, conforme dados do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) publicados pelo site UOL.

Segundo o levantamento feito pelo site através de dados do Portal da Transparência, as verbas para contratação de profissionais de combate ao fogo e diárias de civis brigadistas foram reduzidas de R$ 23,78 milhões, em 2019, para R$ 9,99 milhões, em 2020.

 

(PL)