Bolsonaro diz para a população não reclamar e sinaliza: “pode piorar”
Jair Bolsonaro disse em um evento no Palácio do Planalto que “nada não está tão ruim que não possa piorar”, referindo-se ao disparo no preço da gasolina e do dólar, mostrando que vai cruzar os braços e não vai fazer nada para resolver o problema que mais castiga a população no momento.
“Alguém acha que eu não queria a gasolina a R$ 4? Ou menos? O dólar R$ 4,50 ou menos? Não é maldade da nossa parte. É uma realidade”, falou, esquivando-se da sua responsabilidade.
No discurso feito em um evento no Palácio do Planalto, na segunda-feira (27), Jair Bolsonaro tentou argumentar que a “inflação, preço de combustíveis, de alimentos, entre outros problemas” são consequência da pandemia, e não de seu governo desastroso que não quis combatê-la e nem apresenta nenhuma solução para a crise econômica.
“Mil dias de governo com uma pandemia que muitos acham que o que acontece hoje no tocante à economia – inflação, preço de combustíveis, de alimentos, entre outros problemas – está acontecendo porque eu sou presidente. E não, em grande parte, pelo que nós passamos e estamos passando ainda”.
Ele ainda anunciou para apoiadores, em tom de deboche, mais um aumento do diesel: “Vai ter um reajuste daqui a pouco. Não vai demorar. Agora, não posso fazer milagre”.
Na campanha eleitoral Bolsonaro prometeu reduzir o preço do botijão de gás para R$ 35. E gasolina no máximo a R$ 2,50, agora já é encontrada a 7 reais nos postos.
Hoje o botijão de 13 kg já pode ser encontrado por mais de R$ 100 na cidade de São Paulo e em algumas capitais do país acima de R$ 100.
No dia 14 (segunda-feira) o preço médio de GLP (gás liquefeito de petróleo) nas refinarias da Petrobrás sofreu reajuste de 5,9%. Foi o quinto aumento no ano e o décimo em 12 meses.
Pressionado pela queda de popularidade de seu governo, que atingiu uma rejeição de 53%, de acordo com a pesquisa Datafolha, Bolsonaro tentou se contrapor à rejeição ao PT para justificar o desastre do seu governo.
“Se a facada [que sofreu em 2018] fosse decisiva naquele momento, é só imaginar quem estaria no meu lugar. O perfil dessa pessoa, o seu alinhamento com outros países do mundo, em especial, aqui da América do Sul, onde nós estaríamos agora”.
Em 2018, Bolsonaro disputou o segundo turno contra Fernando Haddad (PT).
“Você já sabe qual o filme do futuro porque você viveu 14 anos passados esse filme. E pode ter certeza, não serão apenas mais 14 anos. Serão no mínimo 50. É isso que queremos para a nossa pátria?”, continuou.