Bolsonaro começa a se desfazer da Petrobras
A participação do estado brasileiro na maior estatal do país, a Petrobras, está em queda. Na última quarta-feira, 9,6% de ações ordinárias da empresa (com direito a voto) foram vendidas por R$ 22 bilhões na bolsa do Brasil e dos Estados Unidos. Os papeis negociados pertenciam ao Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES).
Em pouco mais de seis meses, um total de 13% de ações da Petrobras, com direito a voto, em posse dos bancos públicos, foram vendidas no governo Bolsonaro. No ano passado, foram negociadas 3,2% de ações ordinárias, por meio da Caixa Econômica Federal.
A Petrobras representava mais de 40% da carteira de investimentos do BNDES. Um total de 734,2 milhões de ações ordinárias da petroleira pertencentes ao BNDES foram vendidas por R$ 30 cada. Os R$ 22,026 bilhões arrecadados serão transferidos ao setor financeiro, através de pagamento de juros e da amortização da dívida pública federal.
Além da venda das ações, Bolsonaro acelera a privatização das empresas controladas pela estatal e a venda de campos de petróleo e gás.
No ano passado, entregou o gasoduto TAG para o consórcio formado pela franco belga Engie e o fundo canadense Caisse de Dépôt et Placement du Québe e privatizou a BR Distribuidora, a maior empresa de distribuição e comércio de derivados de petróleo do país.
Além disso, entregou para o banco Itaú Unibanco a Liquigás e está desativando a fábrica de fertilizantes Araucária Nitrogenados S/A (ANSA/Fafen-PR) – a única no país a operar com “resíduo asfáltico”. O governo também acelera a venda das estratégicas refinarias entre outras subsidiárias.