O presidente Luis Arce na inauguração do Foro de Biocombustíveis em Santa Cruz.

“A Bolívia entrou na era dos biocombustíveis com o etanol e agora continuará investindo no desenvolvimento dessa tecnologia, por meio da produção de diesel ecológico e renovável, que é a maior parte das importações nacionais”, anunciou o presidente Luis Arce, na cerimônia de abertura do Fórum de Biocombustíveis Caminho para a Soberania Energética, sexta-feira (3), na cidade de Santa Cruz.

Empresas, federações, universidades e especialistas do Brasil, Argentina, Paraguai, Colômbia e Holanda participaram do fórum, no Salão Chiquitano da Fexpocruz, compartilhando experiências para orientar o país andino na nova era.

“Pretendemos assim alcançar a soberania produtiva e a diversificação da produção nacional. Sabemos muito bem que este é o caminho para a transição dos combustíveis fósseis para os biocombustíveis”, afirmou Arce, para quem “o desafio é gerar energia limpa e ao mesmo tempo sermos amigáveis com o meio ambiente e a Mãe Terra”.

De acordo com o presidente, “o diálogo entre empresas e representantes internacionais, que adotam esse tipo de tecnologia em seus países, é a melhor forma de trocar experiências de boas práticas e coletar recomendações que mitiguem os riscos de sua execução na Bolívia”.

A criação do Comitê Multiministerial de Biocombustíveis também possibilitará a produção de energia limpa com investimentos estratégicos em plantas solares e eólicas, ressaltou, pois possibilitarão o aumento da produção agrícola de produtos que sirvam para alimentar as unidades de biodiesel. Adicionalmente, apontou Arce, se promoverá a reciclagem de azeites vegetais, graxa animal, plásticos e outros, o que além de gerar novas empresas para recolher estes resíduos criará novas fontes de emprego.

De acordo com o ministro de Hidrocarbonetos e Energias, Franklin Molina, foi realizado um estudo para analisar a construção de uma unidade de produção já nos primeiros quatro meses de 2022, que terá capacidade para produzir cerca de 9.000 barris por dia de diesel renovável.

O trabalho desenvolvido pelo Ministério dos Hidrocarbonetos e Energias, com o apoio das carteiras de Desenvolvimento Rural e Territorial, Desenvolvimento Produtivo e Economia Plural, e Meio Ambiente e Água, criou o Comitê Multiministerial de Biocombustíveis (CMB) para fomentar a produção de toda a cadeia de matérias-primas que permitem a fabricação de combustíveis ecológicos.

Ao reduzir os custos da subvenção do Estado, a implementação dos projetos de diesel ecológico e renovável contribuirá para melhorar a balança comercial e alavancar o Produto Interno Bruto (PIB). Ao mesmo tempo, permitirá a execução do eixo de industrialização com substituição de importações previsto como plataforma de governo pelo Movimento Ao Socialismo (MAS) no Plano Nacional de Desenvolvimento 2021-2025.