O governo finalmente referendou a posição acordada entre todos os partidos e o Tribunal Superior Eleitoral-TSE

A presidenta interina da Bolívia, Jeanine Añez, promulgou na segunda-feira (22) a lei das eleições de 2020, marcadas para 6 de setembro, domingo.

A decisão de referendar a posição acordada entre todos os partidos – incluindo o seu – e o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) só foi tomada após uma ampla pressão da sociedade boliviana e de organismos internacionais, pois Áñez já havia postergado uma vez o pleito, previsto inicialmente para 3 de abril.

Em terceiro lugar nas pesquisas eleitorais, atrás do ex-ministro da Economia Luis Arce, do Movimento Ao Socialismo (MAS), e do ex-presidente Carlos Mesa, do Comunidade Cidadã, Áñez tem utilizado a pandemia como pretexto para fazer campanha, alegando que enquanto está preocupada com a “saúde e a economia”, os demais se dedicam a fazer “política”.

Desta forma, a responsável pela explosão descontrolada da pandemia, da falta de medicamentos e equipamentos de biossegurança nos hospitais, foi à televisão pedir que Luis Arce e os ex-presidentes Evo Morales e Carlos Mesa “assumam com valentia a responsabilidade que têm de haver exigido com tanta insistência que façamos eleições em plena pandemia”.

Frente às projeções de Áñez de que em setembro a pandemia esteja em seu auge, a deputada Betty Yañiquez, do MAS, reiterou a necessidade de que sejam tomadas todas as medidas de biossegurança necessárias não só para garantir a saúde dos bolivianos, mas para que seja resguardada a democracia.

“A população está indignada porque a pandemia vem sendo usada como pretexto para saquear o país. Uma demonstração clara é o caso de respiradores e a compra de bombas de gases contra as manifestações populares. O que o governo quer é continuar sua corrupção sem qualquer tipo de controle”, acrescentou Betty.