Após cessar-fogo, residentes de Gaza visitam um dos prédios destruídos por Israel

“Ainda precisamos de uma Solução de Dois Estados”, afirmou Joe Biden, o presidente norte-americano ao final de um encontro com o presidente da Coreia do Sul, Moon Jae In, na sexta-feira (21). “É a única resposta”, acrescentou Biden.

Em outro aspecto acerca das relações com Israel ele acrescentou: “Indiquei aos israelenses que é muito importante que eles parem com o choque interno entre comunidades em Jerusalém”.

Disse ainda que organizaria junto com “outras nações” um “grande pacote para reconstruir Gaza” parcialmente destruída pelo bombardeio israelense. “Meu compromisso é que isso seja realizado”, adiantou.

Também informou que na sua mais recente conversa por telefone com o presidente da Autoridade Nacional Palestina, Mahmoud Abbas, “renovamos nosso compromisso com a segurança, assim como com melhoria nas condições econômicas na Cisjordânia”.

No entanto, Biden manteve sua posição tradicional com relação ao apoio militar a Israel. “Não houve mudança com relação ao compromisso no que diz respeito à segurança de Israel”, disse em resposta a um crescente número de deputados e senadores democratas que apoiam uma resolução de iniciativa do senador Bernie Sanders no sentido de suspender o envio de um novo carregamento de armas a Israel no valor de US$ 735 milhões com instrumental para elevar precisam de mísseis.

O triste cômputo final da agressão perpetrada por Netanyahu, que durou do dia 10 ao 21 de maio foi de 348 palestinos mortos dos quais 39 mulheres e 66 crianças.

Entre os israelenses, o total de mortos por foguetes lançados da Faixa de Gaza contra cidades israelenses foi de 12.

Fim da entrega de armas a Israel

“Por décadas, os Estados Unidos venderam bilhões de dólares em armamento para Israel sem ao menos requerer o respeito por eles dos direitos básicos dos palestinos”, declarou a deputada Ocasio-Cortez, que prosseguiu: “Assim agindo, contribuíram para a morte, o deslocamento e privações de milhões”.

As declarações da deputada vieram para fundamentar a proposta apresentada por ela e pelos deputados Rashida Tlaib e Mark Pocan que apresentaram ao Congresso uma proposta de resolução de suspensão do acordo de venda desse lote de equipamentos militares na quarta-feira (19).

O senador Bernie Sanders também propõe uma resolução contrária à venda de armas a Israel no Senado. “Não podemos simplesmente deixar que ocorra mais uma venda gigante sem ao menos um debate congressual”.

“Ao planejar o fornecimento de armamentos avaliados em centenas de milhões de dólares a Israel, os Estados Unidos se colocam em ajuda a que sejam perpetrados crimes e que sejam mortas ou feridas mais pessoas através de mísseis de precisão norte-americanos”, declara a organização Anistia Internacional em apoio às resoluções que tramitam nas duas casas do Congresso dos EUA.

Ainda que essas resoluções sejam de praticamente impossível aprovação, elas sinalizam uma mudança, pois até há pouco nenhum parlamentar norte-americano ousava contestar o apoio militar irrestrito dos EUA a Israel.

O fato desse questionamento chegar à Casa Branca, junto com o crescimento recente das manifestações de apoio aos direitos dos palestinos nas ruas de todo o mundo, inclusive em Israel, elevam a pressão para que os israelenses comecem a encarar com seriedade o fato de que é impossível a paz sem que se assegure os direitos do povo palestino e, em número bem maior do que já ocorre hoje, abandonem a fantasia de que podem simplesmente passar por cima desses direitos e anular, na prática, a existência desse povo que tem demonstrado uma disposição de luta e angariado um já vasto apoio mundial ao seu anseio de liberdade e soberania.