Biden: "Não cabe a nenhum indivíduo proclamar a vitória, isso cabe ao povo norte-americano" - Biden no Delaware | Foto: Reprodução

Em um comportamento  provocativo, Trump reuniu um punhado de apoiadores na madrugada do dia 4 na Casa Branca para dizer que “já ganhou” e, alegando uma suposta “fraude”, ameaçou ir à Suprema Corte para “parar a votação”, quando ela já havia sido encerrada várias horas antes e Biden estava em vantagem tanto no cômputo geral dos votos, como no número de delegados obtidos (Biden já havia assegurado 238 e Trump vinha atrás com 213).

Já o democrata Biden se manifestou de forma tranquila, ao final da noite, próximo à sua residência, no Delaware, afirmando ter confiança na vitória. “Vamos ganhar essa!”, destacou e se referiu a ameaças anteriores de Trump de, para tentar ganhar no tapetão, ir “à Justiça para deter a contagem dos votos”, depois do dia da votação, quando se sabe que, pelas normas eleitorais norte-americanas, é permitido aos eleitores votar antecipadamente e por correio e que as sacolas com os votos chegam até dias depois do encerramento das votações para as mesas de apuração.

E, contestando o “já ganhou” de Trump, afirmou que “não compete a nenhum indivíduo proclamar a vitória. Isso é de competência do povo norte-americano”.

Na manhã desta quarta-feira (4) a vantagem de Biden já se ampliou com vitória conquistada em Estados como o Maine e com uma virada no Wisconsin, chegando ao placar de 238 a 213.

Um dos Estados onde até agora Trump tem vantagem parcial, com 75% dos votos contados é a Pensilvânia, onde Biden também pode virar e vencer. Isto ocorre porque votos de cidades grandes como Filadélfia e Pittsburg ainda estão na metade da contagem (na Filadélfia, por volta das 8:00 da manhã, Biden lidera com 74% dos votos contra 26% de Trump).

Se essa virada vier a ocorrer, Biden depende apenas de mais uma vitória em Estados ainda indefinidos como a Geórgia ou o Michigan.

Em suma, com a eleição indireta via colégio eleitoral, com diversas formas de votação para uma única eleição, com a inexistência de um sistema jurídico que controle os pleitos (a exemplo do nosso TSE), uma coisa essa expectativa deixa claro: o sitema eleitoral daquela que se diz “a maior democracia do mundo” é a maior barafunda do planeta em termos de desorganização do direitos ao voto.

Trump ameaça se valer disso e do fato de haver imposto uma juíza na Suprema Corte menos de uma semana antes da eleição para lançar o país em um clima de perplexidade e tumulto com o intuito de se agarrar ao poder mesmo que a vontade manifesta do povo norte-americano se mostre a favor do oposto: tirá-lo da Casa Branca.