Após ser afastado, Chico Rodrigues se licenciou do cargo por 121 dias

O procurador-geral da República, Augusto Aras, não apresentou denúncia contra o senador Chico Rodrigues (DEM-RR), que tentou esconder R$ 33 mil nas nádegas, e o ministro Luís Roberto Barroso, do Supremo Tribunal Federal (STF), foi obrigado a suspender seu afastamento do Senado.

“Tendo em vista não haver requerimento da PF ou da PGR, nem tendo havido, tampouco, o oferecimento de denúncia, não me parece ser o caso de prorrogar a determinação de afastamento do cargo”, disse o ministro em sua decisão.

O senador, que era vice-líder do governo Bolsonaro, “é suspeito de fraude e indevida dispensa de licitações, de peculato e de integrar organização criminosa voltada ao desvio de recursos federais destinados ao combate da pandemia da Covid-19 no Estado de Roraima”, explicou Barroso.

O ministro disse que é “imprescindível” que Chico Rodrigues fique afastado das atividades da Comissão Mista que é “destinada a acompanhar a situação fiscal e a execução orçamentária e financeira das medidas relacionadas à Covid-19”.

“Seria um contrassenso permitir que o investigado pelos supostos desvios viabilizados pela atuação na comissão parlamentar voltasse a nela atuar no curso da investigação”.

As investigações mostraram que o esquema pode ter desviado R$ 20 milhões de emendas parlamentares.

Quando a PF estava em sua casa, fazendo uma operação de busca e apreensão, o senador tentou esconder R$ 33,1 mil dentro da cueca.

Augusto Aras foi indicado procurador-geral da República por Bolsonaro, por fora da lista tríplice organizada pela direção do Ministério Público, e tem se mostrado inimigo raivoso da Operação Lava Jato.