Perpétua Almeida, líder da bancada, foi uma das parlamentares do PCdoB que se levantaram contra ato de Bolsonaro

Os parlamentares do PCdoB na Câmara estão se pronunciando de forma clara e contundente, desde a noite desta terça-feira (25), contra atitude do presidente da República, Jair Bolsonaro, que divulgou pelas redes sociais e apoiou um ato que vinha sendo convocado pelos apoiadores dele contra o Congresso Nacional.

A líder do PCdoB na Câmara, Perpétua Almeida destacou o perfil antidemocrático do presidente e lembrou outros episódios em que ele e seus filhos, também políticos, demonstraram não ter apreço pela democracia. A parlamentar afirmou que retrocessos não serão permitidos.

“Bolsonaro e filhos nunca aceitaram a democracia!Lembram: “basta um soldado e um cabo p fechar o STF”? Que acham q Bolsonaro quis dizer “nós temos é que desconstruir muita coisa”? Ele quer destruir a Constituição ao incitar o fechamento do Congresso e STF.
Pare! Não permitiremos!”, escreveu.

Neste sentido, na semana passada, durante cerimônia no Palácio do Planalto, o ministro-chefe do Gabinete de Segurança Institucional (GSI), general Augusto Heleno, havia chamado o Congresso de “chantagista” e pediu para o “povo” ir às ruas contra o parlamento.

O deputado federal Márcio Jerry (MA), defendeu que os democratas levantem suas vozes e tomem atitudes contra qualquer ataque à Constituição.

“Não há neste caso nenhum silêncio que não seja cúmplice de golpismos e agressões à ordem constitucional”, publicou.

Jerry lembrou que o apoio de Bolsonaro a ato contra o Congresso vai de encontro ao que determina a Constituição que ele jurou cumprir e respeitar. Pode tratar-se, portanto, de crime de responsabilidade: quando um agente público desrespeita a lei.

Orlando Silva (SP) foi mais um a falar em crime de responsabilidade ao reagir contra a manifestação de Bolsonaro. Ele classificou como “gravíssimo” o ato do presidente e compartilhou reportagem sobre a posição do ministro decano do Supremo Tribunal Federal, Celso de Mello, que sublinhou a gravidade da atitude de Bolsonaro, que vai de encontro a ordem democrática e as suas instituições.

A deputada Alice Portugal (BA) repudiou a atitude de Bolsonaro e defendeu, ainda, que se inicie uma “temporada de resistência”.

“Ao tentar jogar a nação contra o Congresso Nacional, o Presidente comete crime de responsabilidade. Todos, independentemente de partido ou opção ideológica, devemos nos unir defesa da democracia. Está aberta a nova temporada da resistência!”, publicou.

Reação nas ruas

A líder da Minoria, Jandira Feghali (PCdoB-RJ) pediu que a defesa da democracia seja feita “nas ruas” e destacou que o Brasil precisa se unir contra o fascismo, na opinião dela, “em ascensão no país”.

“Esse chamamento já era palavra de ordem de nós, comunistas, mas deve ser tds e todas, em uníssono! N dá pra encarar mais essa atitude do presidente como algo menor ou isolado. NÃO DÁ!”, afirmou.

“A palavra de ordem agora precisa ser BRASIL UNIDO CONTRA O FASCISMO. Oposição, centro, forças políticas independentes, instituições diversas, sociedade organizada ou não … tds que apoiam a DEMOCRACIA e a CONSTITUIÇÃO”, convocou.

PCdoB defende ampla resposta

O PCdoB tem defendido resposta ampla e imediata. A presidenta nacional da legenda, Luciana Santos, considerou gravíssima a atitude do presidente da República e afirmou que são imperativas a tomada de posição e a união de todas as lideranças dos partidos que prezam a democracia, independente de matizes ideológicas e eventuais divergências políticas. Ela tem buscado articulação com outras legendas e movimentos sociais para fazer frente a qualquer ameaça à democracia. (LEIA MAIS)

O governador do Maranhão, Flávio Dino, defendeu amplo diálogo contra qualquer ataque à democracia. O chefe do Executivo maranhense, que também é advogado e ex-juiz federal, destacou que ao buscar coagir o Legislativo ou o Judiciário o presidente da Repúblico incorre em crime de responsabilidade. (LEIA MAIS)