Governo estadual e Prefeitura de Salvador usam hotéis, pousadas e auxílio financeiro para acolhimento de pessoas infectadas

O governo da Bahia entrou numa fase do combate à Covid-19 que associa o isolamento geral da população com medidas de combate direcionadas aos focos de disseminação do coronavírus.

Foram criados centros de acolhimento de pessoas infectadas e uma lei (lei 14.264), aprovada na Assembleia Legislativa baiana, que garante um auxílio de R$ 500 a pacientes com Covid-19 hospedados nestes centros de acolhimento.

É desta forma, segundo o sanitarista Eduardo Costa, da Fundação Osvaldo Cruz (Fiocruz), que a pandemia poderá ser enfrentada com sucesso nas periferias das grandes cidades e nas comunidades carentes.

Esta medida, que começa também a ser implementada em São Paulo com a testagem em massa, aponta os caminhos que precisam ser percorridos pelas autoridades nesta nova fase da pandemia. A realização de testes diagnósticos mais abrangentes e coordenados pelas autoridades sanitárias permite que as pessoas infectadas sejam localizadas e efetivamente isoladas. Assim como poderão também ser localizados os seus familiares e amigos.

Quando são detectadas as pessoas infectadas que não têm como praticar o isolamento social, é dever do poder público resolver este problema e encontrar o lugar para que o isolamento seja feito. Desta forma a pandemia poderá ser controlada.

Os centros de acolhimento para receber pessoas com sintomas leves da Covid-19 estão sendo abertos em Salvador, Ilhéus e Itabuna, cidades que têm registrado elevado índice de transmissão do vírus.

A bolsa de R$ 500 será paga para os infectados que aceitarem ficar por 14 dias nos locais, que estão sendo implantados em hotéis e pousadas dos municípios. O anúncio foi feito pelo governador Rui Costa durante entrevista a jornalistas do Sul da Bahia, na segunda-feira (11). A iniciativa conta com o apoio da Prefeitura de Salvador e de outras prefeituras.

“Não é uma medida é compulsória, nós vamos convidar as pessoas que testaram positivo para o vírus e estão com sintomas leves e quem aceitar ficar nesses espaços irá receber a bolsa. O objetivo é evitar que quem já está com o vírus contamine outras pessoas e com isso vamos dar uma derrubada no crescimento da taxa de contágio. Eu conversei com os prefeitos e eles já encontraram os hotéis e pousadas onde os centros vão funcionar e, a partir de amanhã, já vamos começar a convidar as pessoas”, afirmou o Rui.

A lei 14.264, que autoriza o Poder Executivo a destinar recursos para pagamento de auxílio financeiro em favor de indivíduos infectados com o novo coronavírus, que aceitem ser hospedados nos Centros de Acolhimento, foi publicada pelo Governo do Estado na edição deste sábado, 16, do Diário Oficial do Estado (DOE). A medida foi aprovada pela Assembleia Legislativa da Bahia (Alba) na última quinta-feira (14), e entrou em vigor no sábado (16).

De acordo com a Secretaria de Comunicação do Estado (Secom), para ter acesso ao benefício, no valor de R$ 500, o paciente deverá realizar teste para confirmação do diagnóstico. O recurso será liberado apenas para pacientes que não precisem ser hospitalizados. A lei assegura aos pacientes que já estejam hospedados nos centros na data de sua publicação o recebimento do auxílio. O pagamento será feito em duas parcelas de R$ 250, pagas pelo Governo do Estado e pelo Município que for co-partícipe da medida.

Além dessas decisões de vigilância epidemiológica, o governo da Bahia também vem acelerando a construção da estrutura de leitos hospitalares. O Estado conta com 2.685 leitos de referência entre clínicos e UTIs, adultos e pediátricos. São 1.428 leitos na capital e 1257 no interior.

Na região sudoeste, o Governo do Estado contratou 40 leitos do Hospital das Clínicas (HCC), em Vitória da Conquista, para atendimento de pessoas contaminadas, duplicando a capacidade da estrutura já oferecida para o atendimento da região com 41 leitos no Hospital Geral de Vitória da Conquista e outros seis no Hospital Geral de Guanambi. Em Barreiras, o Hospital do Oeste irá atender os pacientes da região com 60 leitos, sendo 50 de UTI.