Ex-presidente e atual Comissária de Direitos Humanos da ONU, Michelle Bachelet após votar no 2º turno

A ex-presidente do Chile e atual Alta Comissária das Nações Unidas para os Direitos Humanos, Michelle Bachelet, votou na manhã de domingo na capital, Santiago, fez um apelo para participar do segundo turno presidencial, e garantiu que “a esperança tem que vencer. A esperança de que o Chile seja o melhor país para todos”.

“Estou muito feliz por exercer este direito cívico, a liberdade de poder escolher e o compromisso com o meu país, por isso estou aqui”, disse a ex-presidente após a votação, conclamando o vencedor a “buscar o diálogo com todos os setores para continuar construindo um país no qual todos possamos nos sentir parte”.

Questionada sobre seus sentimentos após a votação, ela expressou “por um lado tranquilidade, amor à Pátria e, é óbvio, quem for eleito é o presidente de todos os chilenos”.

Emocionada, Bachelet citou o defensor dos direitos humanos Desmond Tutu, garantindo que “a esperança é ver apesar da escuridão”, para depois indicar que “a esperança tem que vencer o medo”, aludindo ao candidato presidencial da Frente Ampla, Gabriel Boric.

Sobre as acusações de intervencionismo pelo apoio explícito que expressou a Gabriel Boric, a ex-presidente indicou que “intervencionismo eleitoral de jeito nenhum, intervencionismo é quando um governo usa recursos próprios para apoiar um candidato”.

“Eu sou ex-presidente, alguém poderia pensar que ex-presidente não tem opinião? E mais: alguém poderia se surpreender com a minha opção? Acho que, francamente, isso é muito raro”, afirmou a Alta Comissária da ONU para os Direitos Humanos.

Cerca de 15 milhões de pessoas estão convocadas às urnas para escolher entre dois modelos opostos, representados pelo deputado Gabriel Boric, da coalizão Aprovo Dignidade, e José Antonio Kast, proposto pela aliança de extrema direita pinochetista Frente Social Cristã.

De acordo com o presidente do Conselho de Administração do Serviço Eleitoral (Servel), Andrés Tagle, o processo deve ser muito fluido já que há apenas duas opções, ao contrário do primeiro turno, em 21 de novembro.

Nessa ocasião foram sete candidatos à presidência e também foram eleitos deputados, quase metade dos senadores, governadores e vereadores locais, o que gerou longas e demoradas filas nas seções eleitorais.

Tagle garantiu que os primeiros resultados poderão ser divulgados por volta das 18h30 e uma hora e meia depois uma tendência já seria conhecida, a menos que a diferença entre os dois candidatos seja muito pequena.

Uma das peculiaridades das eleições no Chile é que o voto é voluntário e no primeiro turno a abstenção chegou a 53%, indicador que deve ser reduzido neste domingo.