A presença de carros de som e de integrantes do movimento MBL na manifestação esvaziada de apoio ao governo Bolsonaro, na praia de Copacabana, no domingo (30), está sendo criticada por boa parte dos seguidores de Bolsonaro e causou um grande tumulto que só foi contido com a intervenção da polícia.
O clima contra o MBL estava tenso e eleitores do Bolsonaro que não fazem parte do movimento fizeram questão de gritar “traidores” e “vendidos” ao passar pelos carros de som patrocinados pelo movimento antes liderado pelo hoje deputado federal Kim Kataguiri.
Manifestantes contra o MBL estavam decididos a expulsá-los da manifestação, mas foram impedidos por policiais. Eles criticam o MBL porque eles não compareceram à última manifestação de apoio ao presidente Bolsonaro.
Um dos manifestantes defendeu Moro contra as revelações feitas pelo site Intercept e afirmou que “os fins justificam os meios”. De cima do carro de som, representantes do MBL criticaram a “divisão que a direita quer fazer” e tentaram calar seus críticos colocando músicas em linha com os apoiadores de Bolsonaro. Não adiantou. As agressões aos seus integrantes continuaram.
Em uma das mensagens de Sérgio Moro a Deltan Dallagnol, ele chama os membros do MBL de tontos. O então juiz federal disse que “alguns tontos daquele MBL” fariam protesto na frente da casa de Teori Zavascki, relator da Lava Jato no Supremo, e reconhecendo que isso “não ajuda evidentemente”, pediu que Dallagnol intercedesse.
“Consta ali um termo que não sei se usei mesmo, acredito que não, pode ter sido adulterado, mas queria assim pedir minhas escusas, se eu eventualmente utilizei (o termo)”, disse o ministro, tentando concertar o que tinha falado antes, mesmo afirmando que não reconhecia a veracidade da mensagem.
Agressões em S. Paulo
Em São Paulo, a manifestação na Avenida Paulista também teve confusão entre partidários do PSL, partido do presidente, e o MBL, movimento que participou ativamente do impeachment de Dilma Rousseff.
Segundo o site do movimento, alguns de seus integrantes foram agredidos durante a manifestação. “Foram agredidos na presença de seus familiares, reclamou o responsável pelo site. “Alguns desses agressores foram identificados como assessores do PSL em SP”, acrescentou um membro do movimento. No twitter, o MBL parabeniza a Polícia Militar por deter os agressores.