A secretaria nacional de Comunicação do PCdoB realizou, na noite desta quinta-feira (8), um encontro, por videoconferência, com a presença de dezenas de secretários e profissionais da área de comunicação do partido representando cerca de vinte estados do país. Em pauta, as tarefas da comunicação nos preparativos para o 15º Congresso do PCdoB, o fortalecimento da luta contra Bolsonaro nas ruas e nas redes e o papel estratégico de ampliação da comunicação para que alcance tanto a militância quanto o povo.

A reunião teve início com a fala do secretário sindical do PCdoB, Nivaldo Santana, que representa o Partido na coordenação nacional dos atos. Ele falou sobre a crescente crise na popularidade de Bolsonaro, que se manifesta, entre outros sinais, no aumento de sua rejeição; na queda da sua intenção de votos para 2022; no incremento das manifestações “Fora Bolsonaro” e no fortalecimento da oposição. “O que antes parecia um sonho — isolar, desgastar e derrotar Bolsonaro — hoje é uma perspectiva concreta, ou antes do término do mandato, ou em 2022”, destacou Nivaldo.

O dirigente salientou que o presidente paga o preço de sua omissão e irresponsabilidade frente à pandemia e à crise econômica e social e é bombardeado diariamente na CPI da Covid e pelas crescentes denúncias que afetam seu capital político “anticorrupção”. Todos estes elementos ganham especial importância na luta para derrotar Bolsonaro e a extrema-direita.

Nivaldo destacou que neste cenário, o PCdoB atua, acertadamente, em múltiplas frentes, buscando construir maioria política para neutralizar e derrotar o governo e aposta tanto na frente parlamentar e institucional quanto na mobilização popular, com grande destaque para a juventude e a frente sindical.

15º Congresso

Em seguida, o secretário nacional de Comunicação, Adalberto Monteiro, falou sobre a preparação para o 15º Congresso — cuja plenária final nacional acontece entre os dias 15 e 17 de outubro deste ano, de maneira virtual — e sobre a importância de valorizar e fortalecer as manifestações de rua.

Ele destacou a alteração da correlação de forças do último período e classificou o atual momento como “entreatos”, quando saímos de defensiva para a tática mais assertiva num terreno sujeito a sobressaltos. Adalberto falou sobre o fortalecimento da oposição e da possibilidade de vitória em 2022 com a frente ampla. Ele também apontou a importância de a comunicação refletir também a atual luta pelas federações, pela democracia e pela pluralidade política, em risco com a cláusula de barreira.

O dirigente também colocou que dentre os focos do partido neste momento estão ajudar a desmascarar, isolar e derrotar Bolsonaro; fortalecer a frente ampla como tática e buscar a mobilização do povo, força impulsionadora da frente ampla. Ao mesmo tempo, é preciso garantir a presença do PCdoB no parlamento, revitalizando o partido em suas múltiplas dimensões: linha de massas, comunicação e estruturação orgânica.

Após contextualizar o momento atual e as lutas centrais do partido,  Adalberto apresentou a marca do 15º Congresso, que procura traduzir, entre outros conceitos, a brasilidade, a leveza, a intrepidez e a esperança, além de realçar o protagonismo das mulheres, a foice e o martelo como símbolos do partido e o slogan “PCdoB, indispensável à democracia”, centro da pauta do Congresso.

Adalberto salientou a necessidade de dar ampla divulgação ao projeto de resolução  e mostrar a riqueza e vivacidade dos debates e da vida partidária nos estados e municípios ao longo do processo congressual, estimulando a participação da militância inclusive na Tribuna de Debates, que será lançada em breve.

Ele também reafirmou a importância de valorizar os veículos ligados ao PCdoB, os sites estaduais e as redes sociais do partido e das lideranças comunistas nas mais diversas frentes.

Fora Bolsonaro

Quanto à participação nos atos pelo impeachment de Bolsonaro, Adalberto Monteiro enfatizou como palavras de ordem unificadoras “fora Bolsonaro” e “Impeachment já”, além da urgente defesa da vida e da democracia; a luta pela vacina, pelo emprego, pela educação e pelo auxílio emergencial de R$ 600.

Ele reforçou a importância de mobilizar militantes e bases sociais e garantir visibilidade às lideranças comunistas nos atos, bem como cuidar do visual do partido por meio do uso de bandeiras, pirulitos, faixas, cartazes etc., e assegurar cobertura dos atos nos sites e publicização dos atos locais via redes sociais do partido, mostrando a amplitude e o caráter massivo dos protestos. Para dar conta dessas tarefas, salientou que não pode haver espontaneísmo.

(Confira aqui a apresentação de Adalberto Monteiro)

 

Importância dos dados e das redes

Neide Freitas, secretária nacional de Planejamento e coordenadora do PCdoB Digital, enfatizou a importância de a plataforma ser alimentada e atualizada. Ela reforçou que a base de dados do PCdoB é instrumento valioso para fortalecer as mobilizações e estimular a vida partidária. Por isso, é preciso que o sistema seja devidamente alimentado desde os municípios e estados, ao mesmo tempo em que as informações nele contido devem servir para estreitar a comunicação entre dirigentes e filiados.

“O uso de dados possibilita engajar mais gente também na vida cotidiana do partido”, disse Neide. Ela acrescentou que o processo congressual é “uma grande oportunidade para isso, porque é a possibilidade de reativar diálogos” e ampliar o debate. Além disso, a atualização dos dados é imprescindível para garantir a participação de filiados e militantes nas etapas locais e nacional do congresso.

Gustavo Alves, coordenador de redes sociais do PCdoB, mostrou o funcionamento, as estratégias e a rotina das redes sociais do partido e a importância de os estados e municípios contribuírem tanto na disseminação dos conteúdos nacionais quanto alimentando as redes com a produção local. Ele apontou como objetivos principais do sistema do partido dar visibilidade às opiniões e lideranças do PCdoB; responder de forma ágil e dinâmica ao debate das redes e contribuir para combater o bolsonarismo. (Veja aqui a apresentação feita por Gustavo Alves)

Eliz Brandão, editora do Portal do PCdoB, usou a cobertura das manifestações do 3 de julho como exemplo da integração entre as estruturas locais e a nacional, fundamental para dar vazão à participação dos comunistas em todo o país e contribuir para fortalecer o movimento anti-Bolsonaro. Ela salientou a importância de se valorizar os veículos ligados ao partido, divulgando a produção própria do Portal PCdoB e sites parceiros — como os da Fundação Maurício Grabois, PCdoB na Câmara, Hora do Povo e Vermelho, entre outros. A editora também reafirmou a necessidade de os estados alimentarem seus sites a fim de valorizar as experiências locais e garantir maior diversidade de conteúdo que traduza a riqueza da vida partidária pelo país.

Eliz sublinhou as inúmeras tarefas que os comunicadores do Partido têm pela frente e que é preciso planejar cada ação. “Nós todos aqui, unidos, temos um potencial e uma capacidade enorme para vencermos os desafios impostos. Temos que dar mais valor ao papel da comunicação. Ainda mais com pandemia, em pleno processo congressual, na luta pela aprovação da federação partidária, o centenário do PCdoB no próximo ano. Temos que trazer lideranças para filiar e se candidatar nas próximas eleições. É precisa planejar tudo isso. Cada detalhe de atuação”, completou.

Inácio Carvalho, editor do portal Vermelho, reafirmou a importância dos veículos de comunicação dos comunistas e salientou o tripé norteador do site: informar, debater ideias e mobilizar. Ele colocou que atuar num momento como o atual, de intensa luta e tensão política, é desafiador, mas também é uma oportunidade de crescimento e ampliação da comunicação.

Ao longo do encontro, secretários e profissionais da comunicação relataram o trabalho e as dificuldades encontradas em seus estados, a atuação nas manifestações e as iniciativas de mobilização para o 15º Congresso. Ressaltaram a importância de haver investimento na área; de se apostar em ações coordenadas e uso das redes sociais para colocar a opinião do partido sobre temas quentes e, assim, contribuir para a luta de ideias na sociedade e a importância de aumentar a visibilidade do PCdoB nas manifestações.

Luciano Siqueira, ex-vice-prefeito do Recife e secretário de Formação de Pernambuco, salientou que o atual momento é importante para buscar a superação de dois problemas: a subestimação e o espontaneísmo na comunicação, que ainda se manifestam em setores do partido.  Carlos Lopes, do jornal Hora do Povo, salientou a necessidade de ampliar as manifestações contra Bolsonaro como forma de pressionar o Congresso pelo impeachment.

Estiveram presentes representantes de 19 estados: Bahia, Rio de Janeiro, Rio Grande do Norte, Espírito Santo, Minas Gerais, Paraná, Mato Grosso do Sul, Santa Catarina, Piauí, Acre, Amazonas, Pará, São Paulo, Ceará, Mato Grosso, Paraíba, Rio Grande do Sul, Pernambuco e Goiás. Dentre os estados presentes, fizeram uso da palavra os seguintes secretários ou representantes da área da comunicação: Nágila Maria (BA), Thiago José (RJ ), Aldanny Rezende (MG), Raíssa Melo (PR), Isadora Cortez (PI), Moisés Alves (PA), Renata Rosa (SP), Andrea Oliveira (CE) e Iann Coelho (PB).

Sistematização

Nos encaminhamos finais do ativo de comunicação, o secretário Adalberto Monteiro avaliou que o evento foi um “retrato vivo do partido tal como ele é, com sua força, pujança e também debilidades e o Congresso nos convoca a desbravar caminhos para superá-las”. Ele acrescentou que a revolução técnica e científica trouxe consigo a revolução comunicacional. “Neste contexto, ou damos um salto de qualidade rápido na comunicação, ou teremos dificuldades de cumprir nossas tarefas, não só no que diz respeito ao PCdoB, mas à esquerda como um todo”. O dirigente destacou que hoje “a guerra digital é uma arma da luta de classes”.

Adalberto apontou que o 15º Congresso deve ser um acontecimento do partido, mas também da vida política do país e para isso precisa ter “pernas e braços” para chegar à maior quantidade possível de filiados e militantes e assim cumprir com o debate proposto no sentido de  revolver, revitalizar e revigorar o PCdoB.

 

Por Priscila Lobregatte