Nas últimas semanas, vem crescendo no mundo inteiro as manifestações de solidariedade ao jornalista Julian Assange e defesa do direito à verdade. Na semana anterior, fora feito em Londres o lançamento do livro ‘Em Defesa de Assange’, com a presença de personalidades como o cineasta John Pilger, o escritor Tariq Ali, o ex-embaixador Craig Murray, o Relator da ONU Melzer e a atriz Pamela Anderson.

Na Austrália – onde o silêncio sobre Assange, um cidadão australiano, vinha sendo ensurdecedor, um grupo interparlamentar de onze parlamentares federais se manifestou pela retirada do pedido de extradição dos EUA e para que Assange “fosse autorizado a retornar à Austrália”. O ex-primeiro ministro australiano Kevin Rudd declarou que a extradição de Assange para os EUA seria “inaceitável”.

No principal evento de mídia da Austrália, Walkley Awards, o agraciado do ano, o respeitado jornalista australiano Kerry O’Brien, advertiu sobre a virada para o fascismo, de que os ataques à liberdade de imprensa são um sintoma. “Enquanto nos sentamos aqui hoje à noite, Julian Assange está em uma prisão britânica aguardando extradição para os Estados Unidos”, enfatizou, cobrando do governo australiano que demonstre ‘seu compromisso com a imprensa livre, usando sua influência significativa com seu aliado mais próximo para obter seu retorno à Austrália”. O’Brien lembrou aos presentes que Assange recebeu o Gold Walkley Award de 2011 pelas mesmas publicações sobre as quais os EUA estão tentando extraditá-lo.

Na quarta-feira passada, o apoio veio do sindicato dos jornalistas franceses, que publicou um apelo dirigido ao governo de Emmanuel Macron para se oponha à perseguição a Assange.

Também o Fórum de Comunicação para a Integração de Nossa América (FCINA), rede em que confluem centenas de comunicadores e ativistas da América Latina e do Caribe e do qual faz parte o Centro de Estudos da Mídia Alternativa Barão de Itararé, do Brasil, divulgou um alerta para que Assange seja imediatamente levado a um hospital para ser tratado e preservar sua vida e anunciou sua adesão ao clamor mundial para deter a extradição de Assange aos EUA.

 Na nota, o Fórum destacou a denúncia do Relator Melzer de que “enquanto o governo dos Estados Unidos da América persegue o senhor Assange por publicar informação sobre sérias violações dos direitos humanos, incluindo torturas e assassinatos, os oficiais responsáveis por tais crimes seguem gozando de impunidade”.

Em Berlim, além do ato já referido no início da matéria, o relator da ONU sobre Tortura Melzer, juntamente com o pai de Assange, John Shipton, e o editor do WikiLeaks, Kristinn Hrafnsson, foram calorosamente recebidos em um evento no parlamento alemão. Em Londres, uma multidão lotou um ato de apoio a Assange na quinta-feira em que estiveram presentes os incansáveis John Pilger e Craig Murray, e com o popular rapper Lowkey.