Ataques de forças ucranianas a alvos civis no Donbass dobraram em 24hs
As Forças Populares de Lugansk informaram, na quarta-feira (23), que os ataques das Forças Armadas da Ucrânia “quase dobraram”, enquanto as unidades de artilharia continuam se movendo para a linha de contato na região.
Ao mesmo tempo, as Forças Populares da república de Donetsk emitiram um comunicado enfatizando que a situação na linha de contato “continua crítica”. Na mesma quarta-feira, houve 14 ataques dos grupos armados ucranianos em seu território com o uso de canhões de artilharia e morteiros, 145 projéteis foram disparados e minas foram plantadas, detalha o relatório.
Nos últimos dias, as forças de Kiev, rearmadas e aconselhadas por Washington, romperam o cessar-fogo e, depois de manterem por meses 150 mil soldados na linha de contato, metade do exército ucraniano, acrescidos de batalhões de choque neonazis (os Batalhões Azo), iniciaram bombardeios e provocações, que levaram as lideranças das duas repúblicas populares a procederem à evacuação de mulheres, crianças e idosos para regiões vizinhas da Rússia.
O porta-voz das Forças Populares de Lugansk, Ivan Filiponenko, sublinhou que os militares ucranianos estão despejando civis das suas casas nos territórios de Donbass sob seu controle com o objetivo de instalar o seu pessoal militar, sob pretexto de uma evacuação planejada da população. Da mesma forma, ele explicou que está acontecendo a implantação de unidades equipadas com lançadores múltiplos de foguetes Tornado-S (MLRS).
“Um aumento acentuado no número e na intensidade dos bombardeios das forças de segurança ucranianas está ligado ao envio de unidades adicionais para a linha de contato”, reiterou Filiponenko em um discurso.
O golpe CIA-neonazis em fevereiro de 2014 em Kiev, deu origem a um regime que persegue falantes de russo e oposicionistas em geral, e que abraçou a meta de criar uma nova “Ucrânia da Otan”, tendo como patronos grupos colaboracionistas da ocupação hitlerista, o que gerou os levantes no leste e no sul da Ucrânia e levou ao referendo na Crimeia pela reunificação com a Rússia.
A atuação do novo regime tentando esmagar pela força os protestos contra a nazificação da Ucrânia levaram à formação de unidades de autodefesa para proteger suas casas e famílias. O que culminou com a proclamação das Repúblicas Populares de Donetsk e Lugansk (RPD e RPL).
A Organização para a Segurança e Cooperação na Europa (OSCE) divulgou seu relatório diário de monitoramento na Ucrânia na terça-feira (22), onde observa que às 19h30 de 21 de fevereiro, 703 violações do cessar-fogo foram registradas durante as 24 horas que lhe antecederam, incluindo 332 explosões, na região de Donetsk. Isso representa um aumento em relação às 24 horas anteriores, onde foram registradas 579 violações do cessar-fogo na mesma região.
Na região de Lugansk, a OSCE registrou 1.224 violações do cessar-fogo na mesma data, incluindo 1.149 explosões. Nas 24 horas anteriores, 333 violações de cessar-fogo foram registradas na mesma região.
Além disso, observadores da missão da República Popular de Donetsk ao Centro Conjunto de Controle e Coordenação do Cessar-Fogo e uma equipe de reparos ficaram sob fogo de morteiro do exército ucraniano durante obras acordadas em uma subestação de energia elétrica, informou a missão, na quarta-feira.
A subestação de energia elétrica no assentamento de Staromikhailovka, no oeste de Donetsk, foi cortada nos bombardeios do exército ucraniano em 21 de fevereiro, deixando uma parte da comunidade sem eletricidade.
Mais de 96.000 refugiados das Repúblicas Populares de Donetsk e Lugansk chegaram à Rússia desde o início da evacuação, disse o ministro interino de Emergências Alexander Chupriyan.
“A fronteira russa foi atravessada por mais de 96.000 pessoas”, constatou ele. De acordo com o funcionário, atualmente 230 estações de acomodação temporária estão abertas para eles em 12 regiões russas.
Em 21 de fevereiro, o presidente russo Vladimir Putin reconheceu a soberania das Repúblicas. Acordos de amizade, cooperação e assistência mútua foram assinados com seus líderes. Putin instruiu o Ministério das Relações Exteriores da Rússia a estabelecer relações diplomáticas com a RPD e a RPL, enquanto o Ministério da Defesa foi instruído a garantir a paz em seus territórios.