Avião da Aerolineas Argentinas embarca em Moscou nova carga de vacina Sputnik V

O terceiro lote de doses da vacina Sputnik V chegou a Buenos Aires, na quinta-feira (28). Desde esta semana e até 14 de fevereiro, continuarão chegando Sputnik V em quantidades em torno 200.000 doses, por conta de algumas demoras na sua produção.

A partir da terceira semana de fevereiro devem chegar ao país cifras muito maiores, em acordo com as cerca de 1 milhão de doses semanais que estavam previstas, até atingir 14,7 milhões.

Kirill Dmitriev, presidente do Fundo de Investimento Direto da Rússia (RDIF), explicou que “pode haver algum atraso em nossa produção porque estamos aumentando nossas capacidades. Este é um processo que o mundo nunca enfrentou, com a necessidade de centenas de milhões de vacinas. As expectativas têm de ser realistas, vamos resolver tudo”.

Essas quantidades são as acertadas nas conversas entre autoridades argentinas e russas nos últimos dias e resultou em um comunicado oficial do RDIF e do Instituto Gamaleya, criador da vacina, em que se afirma que “Argentina , que foi um dos primeiros países a aprovar o Sputnik V e com o qual estabelecemos uma sólida aliança, continuará a receber a vacina como combinado”.

Com o novo carregamento, serão mais de 400.000 argentinos vacinados com duas doses.

Paralelamente, foram assinados acordos e contratos com outros laboratórios, Pfizer, Sinopharm, Covax (sistema da Organização Mundial de Saúde) e Oxford-AstraZéneca, que se comprometeu com 22 milhões de doses até ao final de março e início de abril. Para a Argentina, o grande desafio é que a Sputnik V e todas as outras, nas quantidades necessárias, cheguem antes do inverno.

O presidente Alberto Fernández destacou que, além do contrato com a Rússia, o que a Argentina fez “foi acertar com todos os centros onde se faziam as vacinas e o fizemos com a convicção de que qualquer vacina seria saudável, porque quem as estava desenvolvendo são organizações em termos científicos de primeira grandeza, reconhecidas em todo o mundo”, garantiu.

O Conselho Nacional de Pesquisa Científica e Técnica (Conicet), órgão subsidiário do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação da Nação, está trabalhando junto com a Universidade do Litoral e a Universidade de San Martín no desenvolvimento de uma vacina argentina com uma estratégia própria.

“Há alguns meses apoiamos o trabalho dos laboratórios dessas universidades, que junto com o Conicet estão desenvolvendo uma vacina baseada no uso de uma proteína recombinante”, assinalou o ministro Roberto Salvarezza.

“É uma estratégia diferente daquela que as diferentes vacinas estão usando, mas é uma plataforma que está na fase 3. É uma estratégia interessante, inocular diretamente uma proteína para que o corpo humano produza anticorpos. Não se trata de dar um vírus nem o material genético, mas uma proteína que reveste o vírus para que o nosso organismo gere anticorpos diretamente ”, informou o ministro, afirmando que embora ainda não haja prazos para a sua conclusão é importante que a Argentina desenvolva sua própria vacina.