A montadora de automóveis Caoa Chery suspendeu as demissões de 70 funcionários da fábrica
de Jacareí, no interior de São Paulo, nesta sexta feira (20). A suspensão se deu, nesta quinta-
feira (19), em acordo com o Sindicato dos Metalúrgicos de São José dos Campos e região após
os cerca de 600 trabalhadores da unidade paralisarem suas atividades,
“A anulação dos cortes representa uma grande vitória não só da categoria metalúrgica, mas da
classe trabalhadora. Os trabalhadores da Chery mostraram que não podemos aceitar medidas
irresponsáveis e covardes como a que havia sido adotada pela montadora. O lucro não pode
estar acima da vida”, afirma o diretor do Sindicato Guirá Borba Guimarães.
Segundo o sindicato dos metalúrgicos, “todos os trabalhadores da produção ficarão em layoff
[suspensão das atividades e contratos de trabalho] a partir de 1º de abril. Os que haviam sido
demitidos permanecerão afastados até 30 de junho. Para os outros, o layoff termina dia 30 de
abril, com garantia de estabilidade até 30 de agosto”.
Ainda segundo o sindicato, o acordo firmado entre a empresa e o sindicato garante que “os
trabalhadores continuarão recebendo seus salários na íntegra durante o período de
afastamento. Parte do valor é pago com recursos do FAT (Fundo de Amparo ao Trabalhador).
O restante é pago pela empresa.”
Antes de entrar em layoff, todos os trabalhadores da produção vão, aos poucos, entrando em
licença remunerada, começando com os que haviam sido demitidos. Estes entram em licença
remunerada a partir de hoje. Já os funcionários do setor administrativo vão trabalhar  de casa
(home office).
“Esta greve aconteceu num momento em que o governo Bolsonaro quer reduzir salários e
direitos dos trabalhadores. Esta política vai na contramão das necessidades mais básicas da
população, que precisa de seus salários para enfrentar essa crise. Mais uma vez, esse governo
está jogando contra os interesses do povo”, afirma o presidente do Sindicato, Weller
Gonçalves.