Bolsonaro e Trump

Jair Bolsonaro cumprimentou Joe Biden pela sua posse como 46º presidente dos Estados Unidos na quarta-feira (20) em mensagem publicada no Twitter e numa carta.

“Cumprimento Joe Biden como 46º Presidente dos EUA. A relação Brasil e Estados Unidos é longa, sólida e baseada em valores elevados, como a defesa da democracia e das liberdades individuais. Sigo empenhado e pronto para trabalhar pela prosperidade de nossas nações e o bem-estar de nossos cidadãos”, disse.

Ele informou ainda que enviou uma carta para o novo presidente dos EUA.

“Para marcar essa data, enderecei carta ao Presidente dos EUA, Joe Biden, cumprimentando-o por sua posse e expondo minha visão de um excelente futuro para a parceria Brasil-EUA”, escreveu.

Bolsonaro foi o último mandatário a cumprimentar Joe Biden pela vitória sobre Donald Trump.

E referendou as acusações, sem fundamento, feitas por Trump de que Biden fraudou as eleições.

“Eu tenho minhas fontes de informações que dizem que realmente teve muita fraude lá, e isso ninguém discute”, disse ele no dia 29 de novembro.

No dia 7 de janeiro, após a invasão fascista no Capitólio, patrocinada por Trump, Bolsonaro reafirmou que houve fraude na eleição de Biden.

“Eu acompanhei tudo hoje. Você sabe que sou ligado ao Trump. Então, você sabe qual a minha resposta aqui. Agora, muita denúncia de fraude, muita denúncia de fraude. Eu falei isso um tempo atrás e a imprensa falou: ‘sem provas, presidente Bolsonaro falou que foi fraudada as eleições americanas’”, disse.

Quando Biden falou em debate durante a campanha eleitoral que tomaria medidas em defesa da Amazônia, Bolsonaro atacou o então candidato.

E depois o ameaçou, de forma bravateira, claro, dizendo que “apenas na diplomacia não dá. Quando acaba a saliva tem que ter pólvora”, referindo-se a um “grande candidato a chefia de Estado”, que havia dito que se ele “não apagar o fogo da Amazônia levanta barreiras comerciais contra o Brasil”.

Enfim, após hostilizar Biden e bajular exaustivamente Trump, Bolsonaro agora fala, sem disfarçar a sua hipocrisia, que tem a “mais alta estima e consideração” pelo novo presidente americano, desejando-lhe “pleno êxito”.

E mais uma encenação de lobo em pele de cordeiro: disse na carta enviada a Biden que está pronto para trabalhar “em prol do desenvolvimento sustentável e da proteção do meio ambiente, em especial a Amazônia”. E que tem demonstrado “compromisso com o Acordo de Paris com a apresentação de suas novas metas nacionais”.