Segundo nota da multinacional inglesa, os barris com a marca Shell encontrados nas praias de Sergipe já eram de conhecimento do Ibama (Foto: reprodução da TV Globo)

Uma análise feita nesta sexta-feira (11) por laboratórios da Universidade Federal de Sergipe confirmou que o óleo encontrado dentro de barris da Shell descobertos no litoral sergipano em setembro é o mesmo que está contaminando o litoral de todo o Nordeste.
O resultado contradiz avaliação feita pela Marinha na quinta-feira (10) de que não se tratava do mesmo óleo.
Barril com a marca Shell encontrado nas praias de Sergipe (Foto: reprodução da TV Globo)
O fato desse petróleo ser o mesmo descoberto dentro de barris trazidos pelo mar para o litoral de Sergipe é uma pista concreta da origem do vazamento que já contaminou 71 municípios nordestinos.
Segundo nota da multinacional inglesa, os barris com a marca Shell encontrados nas praias de Sergipe já eram de conhecimento do Ibama e se tratavam “originalmente” de barris para óleos lubrificantes de embarcações.
Apesar desta informação da Shell, o que foi encontrado dentro dos barris era óleo cru e não lubrificante. Os barris contêm a inscrição “Argina S3 30”, um lubrificante da marca Shell, além de etiquetas da multinacional de petróleo.
Nada disso tinha vindo a público até a divulgação do laudo pela Universidade Federal de Sergipe na sexta-feira.
O ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, que saiu logo endossando as apressadas acusações, feitas por Bolsonaro e outros sub-dotados do governo, de que o óleo teria vazado da Venezuela, agora não descarta outras hipóteses.
Apesar dos barris terem sido encontrados ainda em setembro, o ministro Ricardo Salles só agora diz que está atrás de informações sobre os recipientes da Shell.
Apesar da multinacional informar que o Ibama já estava a par da existência dos barris na praia, ele, o ministro, deu mostras de que não sabia de nada.
Inclusive, além de não saber de nada sobre a existência dos barris da Shell, Ricardo Salles levou um mês para começar a se mexer quanto ao gigantesco derramamento de óleo nas praias nordestinas.
Enquanto a contaminação se expandia e demandava ajuda aos estados da região com medidas de contenção, Salles e Bolsonaro faziam acusações levianas sobre a origem do óleo. Agora, além da ajuda urgente aos estados, é preciso uma investigação séria sobre os barris da Shell.