Monitoramento do Instituto do Homem e Meio Ambiente da Amazônia (Imazon), divulgado na última quarta-feira (18), alerta que a Amazônia Legal perdeu 10.476 km² de floresta entre agosto de 2020 e julho de 2021, meses em que se mede a temporada do desmatamento.

Essa é a maior taxa de desmatamento dos últimos dez anos, 57% maior que a da temporada passada, quando 6.688 km² foram desmatados.

“As áreas desmatadas em março, abril e maio foram as maiores dos últimos 10 anos para cada mês. E, se analisarmos apenas o acumulado em 2021, o desmatamento também é o pior da última década”, explica o pesquisador do Imazon, Antônio Fonseca.

De acordo com o monitoramento, apenas em julho deste ano foram desmatados 2.095 km² da floresta, uma área maior que a capital de São Paulo, o pior dado para o mês de julho já registrado nesta década. 63% do total desmatado ocorreu em áreas privadas ou sob diversos estágios de posse. Na comparação com julho do ano passado, o desmatamento registrado foi 80% maior.

O Pará, estado que abriga 7 das 10 terras indígenas e 5 das 10 unidades de conservação mais desmatadas no período, foi o estado mais desmatado nos últimos 12 meses: 4.147 km², 43% a mais do registrado no calendário anterior.

O Pará também foi o estado onde houve mais desmatamento em julho, com 771 km² de floresta destruídos, 37% do registrado em todo o bioma. Entre os municípios mais atingidos aparece Altamira (136 km²) e São Félix do Xingu, no PA, e Porto Velho (130 km²), em Rondônia (106 km²).

Os dados do desmatamento anual divulgados pelo Imazon também alertam para o avanço do desmatamento na região Sul do Amazonas. Com o acumulado de 1.831 km² em 12 meses, o Amazonas registrou uma área desmatada 62% maior do que a destruída em 2019/2020.

“Nestes últimos 12 meses, percebemos um intenso desmatamento na região do Sul do Amazonas. Isso ocorreu devido à escassez de grandes áreas de florestas em regiões que já foram devastadas anteriormente, em estados como Mato Grosso e Rondônia. Com isso, houve um deslocamento do desmatamento”, afirma a pesquisadora do Imazon Larissa Amorim.