Brasilia DF 05 03 2020 A Advocacia-Geral da União (AGU) informou hoje (5) que o governo federal cobra, na Justiça, o valor de R$ 1,3 bilhão pelo desmatamento na Amazônia Legal. Segundo a AGU, o número corresponde a 29 ações civis públicas protocoladas nesta quinta-feira (5), além de outras enviadas em dezembro do ano passado à Justiça. Nos processos, grandes infratores são cobrados a ressarcir os prejuízos causados pela exploração ilegal de madeira e atividades irregulares de pecuária.As áreas foram desmatadas ao longo do tempo em decorrência de atividades econômicas ilícitas nos estados do Amazonas, Pará, Rondônia, Roraima, Mato Grosso e Amapá. A cobrança faz parte do trabalho da Força-Tarefa da Amazônia, composta por procuradores da AGU que atuam junto ao Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) e ao Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio). O grupo foi criado em setembro do ano passado (Fonte Agencia Brasil)foto Ibama

O Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), através dos dados do Sistema de Detecção do Desmatamento em Tempo Real (Deter), mostra que o desmatamento na Amazônia cresceu 96% em setembro de 2019 na comparação com o mesmo mês de 2018.
Foram destruídos 1.447 km² de floresta. Conforme as informações do Deter, julho, agosto e setembro de 2019 registraram as maiores taxas de desmate desde 2015 e 2016 (no caso de julho) da série histórica, iniciada em 2004.
Apesar de menor em relação a julho, quando foi detectado aumento de 278% de desmatamento ante julho do ano passado, e a agosto, quando o Deter apontou um desmatamento de 222% em relação ao mesmo mês de 2018, o desflorestamento da Amazônia continuou alto em setembro.
Desde que Bolsonaro assumiu a Presidência da República, ou seja, de janeiro a setembro deste ano, a Amazônia perdeu 7.854 km² de floresta. Enquanto em todo 2018 foram registrados 4.075 km² de desmate.
Em julho, quando o Inpe divulgou dados preocupantes do aumento de desmatamento da Amazônia, Bolsonaro tentou esconder o fato atacando o então diretor do Inpe, Ricardo Galvão, e depois demitindo-o.
Bolsonaro disse que os dados do órgão eram “falsos” e acusou Ricardo Galvão de estar a serviço de Ongs estrangeiras.
O diretor do Inpe não se intimidou com as ofensas e rebateu Bolsonaro. “O que aconteceu com declarações do presidente Bolsonaro, ainda na campanha e depois que assumiu, passaram uma mensagem de que não vai mais ter punição [os crimes ambientais]. Aí as pessoas estão reagindo com base nessa mensagem que ele claramente passou”, disse na época o diretor do Inpe.
Para Ricardo Galvão, ao acusar o Inpe, ele “tomou uma atitude pusilânime, covarde, de fazer uma declaração em público talvez esperando que peça demissão, mas eu não vou fazer isso”. “Eu espero que ele me chame a Brasília para eu explicar o dado e que ele tenha coragem de repetir, olhando frente a frente, nos meus olhos”.