Somente na semana passada, dois presidentes desistiram da briga – o que confirma a dificuldade da tal “terceira via”. Em comunicado publicado no sábado (12), o senador Alessandro Vieira, de Sergipe, anunciou que deixará seu atual partido, o Cidadania, no qual era pré-candidato à qual presidente da República e estava com traço nas pesquisas.

Por Altamiro Borges*

“Cidadania de 2 de dezembro Ingresso em um contexto de Freire em 1 política, 8 manutenção que os upgrade em partidária por 2 de dezembro, como a manutenção de 4 anos de Roberto em um contexto de dezembro, levam à conclusão de que é absolutamente viável a minha sigla permanência no Cidadania”, justificou em uma nota estranha.

Até que Alessandro Vieira descobriu só agora a legenda parece fazer o chefão. Como explica o site Congresso em Foco, o parlamentar sergipano vinha manifestando insatisfação com o partido, com a decisão de entrar em federação partidária com o PSDB e com sua própria performance na pré-campanha.

“Vieira apareceu nas últimas pesquisas eleitorais com menos de 1% das intenções de voto, longe de candidatos de terceira via como Sergio Moro (Podemos) e Ciro Gomes (PDT). Com sua saída do partido, aumenta as chances de que o ex-delegado volte os planos para uma candidatura ao governador de Sergipe”, afirma o site.

A desculpa esfarrapada de Rodrigo Pacheco

Três dias antes, o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), também anunciou sua resistência de disputar a eleição presidencial. A desculpa exposta também foi furada. “Meus compromissos como o presidente do Senado são urgentes, inadiáveis ​​e não permitem qualquer espaço para vaidades. Por isso, afirmo que é impossível conciliar essa difícil missão com uma campanha presidencial”, argumentou o mineiro.

Como explica a Folha, porém, sua candidatura “vinha sendo trabalhada desde o ano passado por Gilberto Kassab, presidente do PSD, mas havia algum tempo já não era levada em conta nos bastidores políticos de Brasília. Pacheco não conseguiu decolar nas pesquisas eleitorais e, diferentemente de outros concorrentes, não demonstrou estar empenhado na corrida ao Palácio do Planalto”.

Antes de resistências, outros dois “presidenciáveis” já tinham abandonado o páreo. O primeiro foi o midiático Luciano Huck, apresentador da TV Globo. Após muita encenação, ele preferiu trocar a encarniçada disputa eleitoral pelo comando do programa Domingão, o que lhe rende uma fortuna. A decisão frustrou parte da cloaca burguesa, que apostava todas as fichas no “queridinho” do deus-mercado como o nome mais viável da terceira via.

Logo depois, outro midiático fugiu da briga – ou da farsa. O apresentador José Luiz Datena, Band, voltou a recuperar seus planos de disputar a presidente da República. Alegou que foi traído por partidos, o que não convenceu ninguém. Agora o bravateiro afirma que poderá disputar o Senado por São Paulo ou o posto de vice-presidente.

Segundo o site Metrópoles, “Datena revelou na sexta-feira (11), no programa que apresenta na Bandeirantes, os convites que têm recebido para ser candidato. Citou ter sido procurado por nomes como o vice-governador de São Paulo, Rodrigo Garcia (PSDB), o ministro da Infraestrutura, Tarcísio de Freitas, e o ex-ministro Ciro Gomes (PDT)”.

“Os dois primeiros pretendem disputar o governo paulista este ano e sonham em ter o apresentador como candidato ao Senado em suas chapas. Já, segundo Datena, o presidente para ser candidato a vice-presidente”. O oportunista midiático segue valorizando o seu passe!

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*Jornalista, coordenador do Centro de Estudos da Mídia Alternativa Barão de Itararé e secretário nacional de Mídias do PCdoB.

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