A CPI do Genocídio nem bem foi instalada e a trairagem no laranjal bolsonariano já começou. Em entrevista exclusiva à edição desta semana da revista Veja, o olavete Fabio Wajngarten, ex-secretário de Comunicação da Presidência da República, jogou toda a culpa pelas mortes na pandemia da Covid-19 nas costas do general Eduardo Pazuello.

Por Altamiro Borges*

Recém-defecado do antro fascista, o malandro garante que “houve incompetência e ineficiência” do ex-ministro da Saúde no combate ao novo coronavírus e, principalmente, na compra das vacinas. Famoso puxa-saco do “capetão”, ele tenta livrar a cara de Jair Bolsonaro, mas as suas respostas não convencem.

Segundo a revista, “Wajngarten guarda e-mails, registros telefônicos, cópias de minutas do contrato e ainda afirma ter um rol de testemunhas do gabinete presidencial que podem comprovar tudo que está dizendo” contra o general Eduardo Pazuello, “que também demitido do cargo no mês passado, depois de circularem rumores no Planalto sobre um suposto mandado de prisão que seria expedido contra ele”.

Entrevista de Wajngarten “parece combinada”

“A entrevista do ex-assessor de Bolsonaro à Veja parece combinada. Ele entrega a cabeça do Pazuello e protege a do presidente”, disparou Rodrigo Maia, o ex-presidente da Câmara Federal. Mas o suspeito “desabafo” de Fabio Wajngarten pode complicar ainda mais a vida do genocida que desgoverna o Brasil.
Líderes da oposição já decidiram convocar o bravateiro para depor na CPI do Genocídio. Segundo Tales Faria, no site UOL, “o ex-chefe da Secretaria de Comunicação, Fábio Wajngarten, já consta da lista de prováveis convocados pela Comissão Parlamentar de Inquérito do Senado que investiga a responsabilidade do governo federal na pandemia”.
Segundo o jornalista, “há o temor entre os senadores de que a sua entrevista seja alguma manobra do Palácio do Planalto para tirar dos ombros do presidente a responsabilidade sobre o fato de o governo não ter comprado as vacinas em tempo”. Mesmo assim, ele será convocado a depor e será duramente pressionado pelos parlamentares.

Os generais aceitarão a humilhação?

Os generais também não gostaram da entrevista do arrogante olavete à revista Veja. Avaliam que ela desgasta ainda mais a imagem do já desacreditado Exército. O general Eduardo Pazuello – apelidado de Eduardo “Pesadelo” – será um dos principais alvos da CPI do Genocídio e sua situação só se agravou com a “deduragem” de Fábio Wajngarten.
E Jair Bolsonaro, como fica no meio desse tiroteio no laranjal? Ele incentivou o seu capacho olavete a rifar o general ou foi pego de surpresa? Aparentemente, o presidente saiu correndo para apagar o incêndio. Segundo a Folha, ele até ofereceu uma sala no Palácio do Planalto para ajudar o ex-ministro “a traçar uma estratégia para não ser atingido pela CPI da Covid”.
Será mesmo? Ou é mais um jogo de cena? O certo é que o circo vai pegar fogo nas próximas semanas!

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Altamiro Borges* é jornalista e presidente do Centro de Estudos da Mídia Alternativa Barão de Itararé e membro do Comitê Central do PCdoB.

 

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