A dupla macabra Bolsonaro-Guedes, que criou o falso dilema entre saúde e economia, está matando os brasileiros e paralisando o país – tudo junto e combinado. A edição brasileira do site britânico da BBC estampa no título: “Brasil tem 29 fábricas de veículos paradas: Crise sem precedentes”. O caos é total!

Por Altamiro Borges*

Segundo a matéria, “uma crise no fornecimento de componentes, aliada à queda da demanda no mercado interno com o agravamento da pandemia, levou à paralisação total ou parcial de 13 das 23 montadoras de automóveis do país, que somam 29 fábricas paradas, de um total de 58 instaladas no país”.

Os dados são da Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea). Com o breque na linha de produção, a estimativa é de que até 300 mil veículos deixem de ser produzidos neste ano. “Entre 60% e 70% dos 105 mil empregados diretos do setor estão em casa nesse momento”. O clima é de medo com desemprego.

Cadê a “retomado em V” do babaca do Guedes?

De acordo com a BBC-News, “a paralisação temporária de parte da indústria piora a perspectiva para o desempenho da economia brasileira em 2021. As projeções para o PIB (Produto Interno Bruto) já vêm sendo reduzidas desde janeiro, devido ao agravamento da pandemia e ao lento avanço da vacinação”.

No início do ano, a projeção do PIB em 2021 era de alta de 3,4%, após queda de 4,1% em 2020. “No boletim Focus do Banco Central mais recente (29/3), a previsão para esse ano já estava em 3,18%. Mas os mais pessimistas apostam em números abaixo dos 3%”. E o incompetente do Paulo Guedes ainda fala em “retomada em V” da economia.

Como relembra o site, a multinacional alemã Volkswagen foi a primeira a anunciar a suspensão da produção no país, em 19 de março. “Nos dias seguintes, os anúncios de parada se sucederam. Algumas das empresas apontaram a falta de componentes como motivo para redução da produção, caso da Volvo e da GM”.

A relação das montadoras paralisadas

No levantamento da Anfavea do final de março estavam paradas: Mercedes, Renault, Scania, Toyota, Volkswagen, Volkswagen Caminhões e Ônibus, BMW, Agrale, Honda, Jaguar e Nissan. GM e Volvo não pararam totalmente, mas reduziram substancialmente a produção.

“As paralisações começaram em 24 de março e as empresas planejam voltar entre 5 de abril e o final de maio. Mas os analistas avaliam que as paradas podem ser estendidas, dependendo do andamento das medidas de isolamento social nos estados e municípios, já que em muitos deles as concessionárias estão fechadas, impedindo as vendas”.

Desemprego vai crescer no setor

Nesse quadro sombrio, a BBC-News apresenta uma pergunta que angustia muita gente: “Diante de um ano que começou com o anúncio da saída da Ford do Brasil e que registra já em março paradas significativas na maior parte do setor automotivo, naturalmente surge a dúvida: outras montadoras podem seguir a americana e deixar o país”?

Não há, ainda, resposta para essa questão. Um ponto, porém, parece consensual entre os entrevistados pelo site. O desemprego no setor deve crescer. “Vemos com muita preocupação a atual situação econômica e política do Brasil. Soma-se a isso agora essa crise que desorganizou todo o parque industrial brasileiro”, afirma Renato Almeida, vice-presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de São José dos Campos e Região.

__
Altamiro Borges* é jornalista e presidente do Centro de Estudos da Mídia Alternativa Barão de Itararé e membro do Comitê Central do PCdoB.

 

As opiniões aqui expostas não refletem necessariamente a opinião do Portal PCdoB