Jair Bolsonaro está cada dia mais isolado. Agora, até o cantor Fagner, que apoiou ativamente o fascista na eleição presidencial, diz que já se arrependeu. Em entrevista ao jornal O Globo, ele lamentou: “A atuação do Bolsonaro é ridícula. Ninguém está precisando ouvir as loucuras que ele fala, mas de paz”.

Por Altamiro Borges*

Para o artista frustrado, “ele tem é que trabalhar pelo Brasil. A maneira como se comporta não é a de um presidente. Quero que governe”. Ex-filiado do PSDB, o músico disse que teve “uma relação próxima” com o “capetão”, mas que “todos nós nos decepcionamos”. Todos quem, cara-pálida?

“Não acredito no que ele diz”

Fagner também contou como conheceu o fascista. “Fiz um vídeo declarando meu apoio a Bolsonaro. Conheci ele no avião. Se fotografou comigo dizendo que era para a mulher, mas publicou no Instagram. Fiquei meio assim… Falei que estava comprometido com o Ciro Gomes”.

“No dia que Bolsonaro ganhou, eu disse: ‘Agora, você é o presidente, tome conta do Brasil’ Nunca mais estive com ele. Cantei o Hino Nacional na posse do Fux [presidente do Supremo Tribunal Federal], e Bolsonaro mal olhou para mim. Estou pouco ligando”, relembrou o arrependido ao jornal O Globo.

Antes amigão, agora o cantor se mostra decepcionado. “Parece que ele está em surto, um psicólogo podia dar uma força (risos)… Esse deboche com que Bolsonaro se dirige à nação é inadmissível. Não acredito no que diz… Votei para que tocasse o Brasil, não para falar besteira”. Antes tarde do que nunca!

A decepção do sertanejo Eduardo Costa

Outro artista que parece também ter se arrependido da ligação com o fascista é o cantor sertanejo Eduardo Costa – famoso por sua agressividade e suas posturas reacionárias. Em entrevista recente à rádio Jovem Pan, ele reconheceu que errou ao participar da campanha de Jair Bolsonaro e disse que mudou de postura.

“Hoje eu não apoio ninguém, só quero ver meu país melhor. Naquela época eu saí da casinha porque estava revoltado com a situação do país. Coloquei para foder nas minhas redes, e comecei, inclusive, a falar de política de uma forma agressiva”. Mantendo sua confusão mental, agora ele diz ter outra visão do mundo:

“É muito triste ver que eu tentei transformar a minha opinião em realidade… Através desta minha reflexão, comecei a gostar de algumas coisas da esquerda. Por exemplo, o pessoal da esquerda é mais corajoso, tem mais peito, é um pessoal que chega e faz. O povo da direita também tem suas qualidades”.

O “sertanejo” fez uma autocrítica branda e cutucou o presidente que ajudou a eleger. “Precisamos buscar o melhor para o Brasil porque nosso povo paga um preço muito caro por votar mal. Isso não significa que eu voto bem. Votamos, colocamos o cara lá e só depois vemos a merda que fizemos”. De fato. Haja merda!

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Altamiro Borges* é jornalista e presidente do Centro de Estudos da Mídia Alternativa Barão de Itararé e membro do Comitê Central do PCdoB.

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