56 países do mundo já aprovaram a vacina russa Sputnik V, a 1ª registrada no mundo contra o coronavírus

A Alemanha solicitou à Comissão Europeia para que comece a negociar imediatamente com Moscou a vacina russa Sputnik V, mesmo sem a aprovação ou o registro da Agência Europeia de Medicamentos (EMA). A informação foi citada pelo Politico Europeu nesta semana, frisando a necessidade de dar uma resposta ao perigoso alastramento do contágio.

A irregularidade de entrega das vacinas produzidas pela Pfizer e pela AstraZeneca aos países europeus retardou os programas de vacinação do continente e o governo alemão se diz diante de uma terceira onda da pandemia (aliás as falhas na entrega das chamadas vacinas de Oxford, as preferidas por Bolsonaro, também acontecem com frequência com relação ao Brasil).

Segundo a fonte, Berlim defende que Bruxelas inicie, com urgência, as negociações com o governo russo a fim de que o bloco esteja pronto para importar doses.

Além de ter iniciado uma revisão da Sputnik V no início de março, testar a fórmula e certificar-se de que está em conformidade com os regulamentos da União Europeia (UE), os funcionários também conduzirão inspeções nas instalações onde a vacina é produzida.

Até o momento, mais de 1,5 bilhão de pessoas vivem em 56 países que já aprovaram a Sputnik V, sete deles na Europa: Rússia, Bielo-Rússia, Sérvia, Moldávia, Eslováquia, Macedônia do Norte e Hungria.

Apesar de ainda não ter sido aprovada no conjunto da UE, lideranças de outros países, como o chanceler austríaco Sebastian Kurz, também solicitaram que o bloco registre a fórmula russa rapidamente.

O chefe do escritório europeu da Organização Mundial da Saúde (OMS), Hans Kluge, destacou que o continente “realmente precisa” da Sputnik V para combater a pandemia e disse não entender qualquer “hesitação” ou “ceticismo” na sua aprovação. Sem qualquer justificativa, a EMA vem postergando a aprovação.

“Espero que em um futuro próximo – muito próximo – a vacina seja usada na região. E realmente precisamos disso. A UE e outros países estão lutando contra a falta de vacinas. Eu acredito nisso. Nós precisamos disso”, declarou Kluge. E enfatizou: “a Rússia tem uma longa história de produção, desenvolvimento e domínio de vacinas, e eu acredito nelas”.

Diante deste avanço, o funcionário da OMS disse que é “isso o que instamos outros países a fazer”. “A Rússia estabeleceu o mais alto padrão para a coordenação de medidas – em todos os níveis: político, técnico, epidemiológico, social, etc”, ressaltou.

Em particular, Hans Kluge elogiou a capacidade de Moscou de aumentar rapidamente os testes em massa e o rápido crescimento no número de leitos hospitalares, observando também que ficou impressionado com o uso de “alta tecnologia no nível primário de saúde”.

Em agosto de 2020, o Sputnik V se tornou a primeira vacina contra o coronavírus registrada no mundo. Produzido pelo Instituto Gamaleya de Moscou, estudos publicados na revista médica britânica The Lancet revelaram possuir uma eficácia de 91,6%.