Bumerangue das sanções - cujo objetivo era “enfraquecer a Rússia”- atinge Joe Biden que as impôs

Depois da queda de Boris Johnson na Inglaterra, e com o galão de gasolina a US$ 5 na terra de Tio Sam, o fogo amigo das ‘sanções do inferno’ parece estar se dirigindo agora para o presidente Joe Biden. Pesquisa do New York Times/Siena College divulgada na segunda-feira (11) indicou que 64% dos eleitores democratas não querem que Biden seja o candidato do partido em 2024.

Percentual que entre os eleitores jovens do partido – 18 a 29 anos – chega a “impressionantes 94%”, segundo comentário pasmo do portal Common Dreams.

Por sua vez, a mídia mainstream desembainhou as facas, conforme ironizou o portal Zero Hedge, sobre recentes artigos a respeito de Biden na CNN, Washington Post e New York Times.

Na semana passada, a CNN registrou que “após uma série de contratempos da Suprema Corte, os democratas se perguntam se a Casa Branca de Biden é capaz de demandas urgentes”.

“Os principais democratas reclamam que o presidente não está agindo – ou talvez não seja capaz de – com a urgência que o momento exige”, acrescentou o artigo. Um membro do congresso é ali citado descrevendo a Casa Branca como “sem rumo e sem esperança”.

No sábado, o New York Times e o Washington Post mimaram Biden com novas considerações sobre sua atuação. Conforme o Post, “muitos democratas ficaram consternados com sua resposta lenta” à derrubada de Roe v. Wade (estabelecendo direitos constitucionais ao aborto) pela Suprema Corte hegemonizada pelos trumpistas. A derrubada não era nenhum segredo, já tinha havido dois meses antes o vazamento do esboço da decisão.

Por sua vez o New York Times estampou que “aos 79, Biden está testando os limites da idade e da presidência”, acrescentando que sua intenção de disputar a reeleição “se tornou uma questão desconfortável para ele e seu partido”.

O teste da frigideira incluiu, ainda, menção a que “gerenciar a agenda do presidente mais velho da história americana apresenta desafios distintos” e que “muitos americanos o consideram muito velho” para concorrer novamente.

Estrategistas democratas teriam admitido ao NYT que o nível de energia de Biden – “embora impressionante para um homem de sua idade, não é o que era”. “Ele muitas vezes se arrasta quando caminha, e os assessores temem que ele tropece em um fio. Ele tropeça nas palavras durante eventos públicos, e eles prendem a respiração para ver se ele chega ao fim sem uma gafe.”

Ainda segundo o Times, os discursos de Biden “podem ser monótonos e apáticos”. Ele às vezes “perde a linha de pensamento, tem problemas para citar nomes ou parece momentaneamente confuso”. Mais de uma vez, ele “promoveu a vice-presidente Kamala Harris, chamando-a de “presidente Harris”.

A viagem de Biden ao Oriente Médio teria sido “adiada”, asseverou a publicação, para que o veterano presidente “tivesse mais tempo para descansar” após as reuniões Europa/OTAN do mês passado.

Na verdade, o buraco é mais embaixo e as perspectivas de manter o Congresso em novembro não são nada animadoras para os democratas, enquanto Biden, sob cujo governo o país tem a maior inflação em 40 anos, fica se escondendo atrás de jogar a culpa na “inflação de Putin”, enquanto entope a Ucrânia de armas, empurra o planeta perigosamente mais próximo de uma guerra nuclear e faz mais provocações contra a China. Seu plano de infraestrutura empacou no Senado, sem previsão de ir a algum lugar. Até absorventes já andaram sumidos das prateleiras, depois da carência de leite em pó infantil.

Na pesquisa de opinião NYT/Colégio Siena, a pergunta feita aos eleitores democratas foi se eles acham que o Partido Democrata deve “voltar nomear Biden como candidato do partido à presidência em 2024 ou escolher um candidato diferente”. A pesquisa foi realizada entre 5 e 7 de julho e incluiu 849 eleitores cadastrados. A margem de erro da pesquisa é de 4,0 pontos percentuais.

Sobre o resultado da pesquisa, o autor e jornalista Zachary Carter assinalou que o apoio a Biden entre os democratas “entrou em colapso – não é apenas a vanguarda progressista”.

Solicitados a justificar sua escolha, um terço dos entrevistados respondeu que o fator principal é o “desempenho” do presidente na função e outro terço citou a “idade”. 10% disse que sua preferência decorre do fato de Biden não ser “progressista o suficiente”.

Mas os artigos expressam bem que Biden está cada vez mais parecendo aos seus correligionários uma mala enorme e sem alça. Curiosamente, o bilionário Elon Musk postou nas suas redes sociais mensagem aconselhando Trump a guardar o chapéu e não concorrer à presidência em 2024, abrindo espaço para o governador republicano da Flórida, Ron DeSantis.

O portal Axios deu destaque a outra pesquisa, também New York Times/Colégio Siena, divulgada na terça-feira, com foco nos eleitores republicanos. De acordo com a sondagem, cerca de metade dos eleitores republicanos entrevistados disseram que não votariam em Trump se ele fosse candidato nas primárias de 2024, percentual que sobe para 64% na faixa etária abaixo de 35 anos. Nos republicanos, se posicionam como pré-candidatos, além de Trump, o governador DeSantis e o ex-vice-presidente Mike Pence.

Questionados sobre as ações de Trump nas eleições de 2020, 75% dos eleitores republicanos disseram que ele estava “apenas exercendo seu direito de contestar a eleição”, comparado com 19% que disseram que o bilionário “foi tão longe que ameaçou a democracia americana”. A pesquisa foi realizada por telefone de 5 a 7 de julho entre uma amostra de 849 eleitores registrados, com margem de erro de 4%.