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Para quem luta pela transformação da sociedade nunca há tempo bom, os desafios são enormes em qualquer circunstância.

Por Luciano Siqueira*

Mesmo quando estamos vencendo: consolidar conquistas e dar passos adiante implica superar resistências do campo adversário e resolver contradições e equívocos no próprio campo de forças.

E é no calor da luta, particularmente nas adversidades, que surgem e se afirmam novos talentos.

Milhares de militantes assumem agora a honrosa mas desafiante tarefa de uma candidatura a prefeito ou a vereador.

No caso do PCdoB, com parcos recursos, pois o fundo partidário eleitoral é muito aquém das necessidades em razão do tamanho de sua bancada federal.

E além das limitações materiais, as restrições decorrentes da pandemia do novo coronavírus agravadas por determinações exageradamente rigorosas da Justiça Eleitoral.

Demais, o escoadouro natural das energias na busca do voto são as mídias digitais e o aplicativo WhatsApp, que pressupõe redes previamente estabelecidas ou uma enorme capacidade de expandi-las no curso da campanha.

E aí é preciso combinar criatividade com abordagem “real” de apoiadores e eleitores.

Não basta enviar vídeos e cards, o diálogo (mesmo por ligação telefônica) é decisivo.

Natural que muitos fiquem no meio do caminho, outros nadem até a praia mas cheguem à terra firme com votos insuficientes para a vitória.

E entre vitoriosos ou quase, já se percebe a revelação de muitos talentos. Verdadeiros quadros entre trabalhadores, intelectuais, jovens, mulheres…

Militantes que se projetam como líderes políticos locais. Capital acumulado para a luta que segue, capacidade adquirida de influenciar e mobilizar parcelas expressivas do povo.

Pois é esse lastro de quadros que se revelam líderes de massas e potenciais dirigentes partidários uma das conquistas mais caras a uma corrente revolucionária.

Luciano Siqueira, médico, vice-prefeito do Recife, membro do Comitê Central do PCdoB

 

(PL)