Mais de 400 mil pessoas que estão abaixo da linha de pobreza e na extrema pobreza, cadastradas no Bolsa Família, estão na fila de espera do programa e também não receberam o auxílio emergencial criado este ano.

Como essas famílias se cadastraram no início do ano, antes do novo auxílio emergencial ser criado, elas ficaram no limbo, sem receber nem um nem outro, já que o auxílio de 2021 não foi ampliado.

Dados divulgados pela Folha de São Paulo mostram que em março, aproximadamente 1,2 milhão de famílias aguardavam na fila do Bolsa Família. Quando o novo auxílio emergencial passou a ser adotado pelo governo, em abril, apenas 763 mil famílias que estavam na fila passaram a receber o auxílio emergencial, e 423,3 mil ficaram de fora, apesar de terem apresentado toda a documentação e serem consideradas aptas pelo Ministério da Cidadania a receberem o auxílio.

À Folha, o Ministério da Cidadania afirmou que tem adotado medidas para alcançar a maior cobertura possível “de famílias em situação de vulnerabilidade, assegurando uma renda mínima para essa parcela da população, ao mesmo tempo em que, com responsabilidade fiscal, respeita-se o limite orçamentário”.

Disse também que ainda trabalha no processamento de cadastros a partir das informações mais recentes disponíveis nas bases de dados governamentais.

Além do número de beneficiados pelo auxílio ter caído drasticamente em relação ao ano passado – de 67 milhões de pessoas em 2020 para 39,1 milhões este ano, menos ainda do que os 45,6 milhões previstos inicialmente -, o valor das parcelas caiu dos R$ 600 e R$ 1.200 para mães chefes de família em 2020, para R$ 150 e R$ 375.