Luis Darío Rodríguez, membro da União de Famílias Deslocadas e Vulneráveis de Tierralta, no norte da Colômbia, foi morto na sexta-feira (17), levando a 25 o número de lideranças políticas e sociais colombianas assassinadas nos primeiros dias deste ano.
Ele havia requerido à Procuradoria Geral da Nação, à Defensoria do Povo, entre outras instituições, a posse e a propriedade das terras denominadas Nueva Colonia, que permitiriam garantir a soberania alimentar e a reparação aos filhos dos reassentados por conta da inundação de terras provocada pela construção da hidroelétrica Urrá 1.
A Fundação Social Cordoberxia informou que Rodríguez foi morto a tiros por homens que viajavam numa motocicleta, após terminar uma jornada de pesca artesanal nas imediações  desse município.
O presidente da Fundação, Andrés Chica Durango, assinalou que Rodríguez era integrante da Rede de Direitos Humanos do Sul da província de Córdoba e trabalhava mais de 10 horas por dia para sustentar sua família.
Rodríguez é o segundo ativista social assassinado nessa região nestes dias de 2020. O líder camponês Jorge Luis Betancourt Ortega foi em 12 de janeiro
Em mensagem na rede social de Twitter, o ex-presidente colombiano Ernesto Samper asseverou que “cada líder social assassinado é um novo assassinato da paz”.
O Escritório do Alto Comissariado da Organização das Nações Unidas (ONU) para os Direitos Humanos expressou sua preocupação pela quantidade inaceitável de assassinatos na Colômbia, apesar da assinatura de um acordo de paz no país. O organismo assinalou que 107 defensores de direitos humanos foram mortos em 2019, mas o número real poderia chegar a 120, quando se completarem as investigações.
A grande maioria dos homicídios, quase todos perpetrados por bandos paramilitares e grupos a mando de narcotraficantes, aconteceram em zonas rurais onde a taxa de pobreza supera a média, como a região onde Rodríguez foi assassinado.
Os protestos  organizados por amplos setores da população estão crescendo. No final de novembro último mais de 1 milhão de pessoas se manifestaram no bojo de uma greve geral contra a política de Duque que, segundo denúncias das principais entidades e partidos de oposição, é submisso ao modelo imposto pelo FMI e o ex-presidente Uribe.