Pambis Kyritsis, novo secretário-geral da FSM, fala ao 18º Congresso

“Eles tentaram proclamar o alinhamento universal do movimento sindical à lógica da integração e da assimilação pela nova ordem mundial imperialista. Mas (eles) não conseguiram nos dissolver, nem nos silenciar, nem nos assimilar. Estamos aqui armados com as decisões de nosso Congresso, cheios de determinação para mudar os equilíbrios, para resistir ao fatalismo e à capitulação, para defender os direitos dos trabalhadores, para opor-se à privatização e à destruição do Estado de bem-estar social. E o mais importante é que estamos aqui para inspirar os trabalhadores com a visão de um mundo sem intervenções e guerras imperialistas, sem exploração de humanos por humanos” discursou o cipriota Pambis Kyritsis, da central sindical Pancyprian Federation of Labour – PEO Chipre, ao tomar posse após eleito secretário geral da Federação Sindical Mundial (FSM) em seu 18º Congresso.

Kiritsis assumiu sucedendo a George Mavrikos na Secretaria Gera em um congresso que reuniu mais de 400 delegados e delegadas de 94 países realizaram de 6 a 8 de maio, em Roma (Itália).

Participação do Brasil

O Brasil participou do congresso, através da Central dos Trabalhadores do Brasil (CTB), representada presencialmente por Divanilton e por Beatriz Calheiro. O presidente da CTB, Adilson Araújo, participou virtualmente, assim como Nivaldo Santana, Maria Pimentel, Vicente Selistre, José Adilson, Assis Melo, Lúcia Maia, Valéria Morato, Ronaldo Leite e Renê Vicente
Adilson destacou que “vivemos hoje num mundo conturbado, agitado pela crise geopolítica e a instabilidade econômica. A ordem mundial capitalista fundada após a 2ª Guerra Mundial sob a hegemonia dos EUA caducou. Cresce o clamor global por um novo arranjo geopolítico capaz de garantir a paz, o efetivo multilateralismo, o direito à autodeterminação das nações, o fim do imperialismo. Após a extinção da União Soviética, consumada em 1991, os EUA se arvoraram senhores absolutos do mundo e trataram de ampliar a sua hegemonia. Através da Otan (Organização do Tratado do Atlântico Norte) promoveram uma temerária expansão militar para o leste da Europa, chegando às portas de Moscou, o que originou o conflito em curso entre Rússia e Ucrânia”.

Provocação da Otan

O representante do Cazaquistão foi enfático: “tem sido provocado um conflito armado em territórios das antes fraternalmente unidas repúblicas da União Soviética. É assim que utilizam os povos e a classe trabalhadora como bucha de canhão para alcançar os objetivos nefastos da Otan. A esta lhe interessa os recursos e os territórios. Mas essa é uma posição que se torna um ataque à classe trabalhadora. Isso nos conclama a intensificar nossa luta contra o imperialismo e as burguesias que o promovem”.

América Latina

Luis Villanueva, secretário de Planificação da Central Geral dos Trabalhadores do Peru (CGTP) falou ao plenário: “a agudização da crise estrutural de um sistema capitalista neoliberal fracassou rotundamente em termos planetários”. Disse que “a ordem mundial unipolar liderada pelo imperialismo dos EUA se encontra em severa crise” e que está surgindo e se fortalecendo uma ordem mundial multipolar com a liderança da China, Rússia, Índia, Irã entre outros países com importante desenvolvimento”. Para ele, “o conflito bélico promovido pelo imperialismo norte-americano e seus vassalos da União Europeia condena os trabalhadores a sofrer as consequências da corrida armamentista que só beneficia o complexo militar bélico”.