A pré-candidata do PCdoB à Presidência da República, Manuela d’Ávila, ressaltou que a exclusão da mulher na política é reflexo da exclusão da mulher nos espaços públicos, durante debate na Universidade Federal de Santa Maria (UFSM), na noite desta segunda-feira (21). Para Manuela, o espaço público é negado todos os dias às mulheres e principalmente pela ausência do Estado, que penaliza a população feminina.

“Como debater participação da mulher na política se não vamos debater o que é central? Para nós, mulheres, o Estado é central. Para nós, o Estado nunca foi grande”, frisa a pré-candidata do PCdoB.

A imagem pode conter: 1 pessoa, close-upPara Manuela, existem camadas profundas que programa que as mulheres fiquem presas nos ambientes domésticos.  “É o mercado de trabalho que não contratam mulheres por diversas razões, mas, sobretudo, porque durante um longo período das nossas vidas somos férteis”.

“O Estado não existe para garantir escola para uma jornada maior. O Estado não existe para garantir que a rede de cuidados seja tornada pública, nós, mulheres, assumimos a rede de cuidados e nos acostumamos culturalmente a acreditar que os cuidados são vinculados exclusivamente aos afetos. E, é uma mentira. Os cuidados são uma forma de nos oprimir. É maravilhoso cuidar quando esse é um gesto exclusivo de amor. Mas, quando vamos nos hospitais superlotados, só existem mulheres cuidando”, disse.

Como exemplo das desigualdades entre homens e mulheres, a pré-candidata citou a Emenda Constitucional 95 – que congela os gastos públicos por 20 anos. “Vocês acham mesmo que esta Emenda é igual para as mulheres e para os homens? Sobre quem recairá o congelamento dos gastos?”, indaga.

Sistema Eleitoral

A imagem pode conter: 10 pessoas, pessoas sorrindo, pessoas em pé“Esse sistema eleitoral nunca favoreceu o espaço para as mulheres. Ele precisa ser reformado. Por isso, defendo cotas para as mulheres, não nas listas, mas em cargos. Outros países fizeram isso. Conseguiram resolver mais rápido o tema da sub-representação de mulheres na política”, explicou Manuela.

Na visão da pré-candidata, sempre foi difícil ser mulher na política, mas, nunca foi tão violento quanto agora. “Ao mesmo tempo nunca foi tão grande o acolhimento, a sororidade e a solidariedade que também temos umas com as outras”, pontuou.

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