A generalizada insatisfação dos trabalhadores e dos povos com as sequelas da crise se expressa de forma contraditória tanto no plebiscito que consagrou a saída do Reino Unido da União Europeia, quanto na eleição de Donald Trump à presidência dos Estados Unidos, como nos elevados percentuais da extrema-direita nas eleições presidenciais na França. Tais fatos expõem uma singularidade marcante, a de novos impasses da globalização neoliberal, com os riscos de chauvinismo, protecionismo, guerras comerciais e cambiais em defesa dos interesses nacionais dos países imperialistas e em detrimento dos países em desenvolvimento. O nacionalismo que emerge nos países imperialistas é por natureza reacionário e um perigo, pois só se realiza atacando outras nações, massacrando povos e promovendo choques interimperialistas. Esses fenômenos evidenciam a emergência da questão nacional, do anti-imperialismo e das causas populares como vetores principais da luta dos povos no quadro de um sistema internacional inerentemente anárquico e instável.