O campo conservador, que liderou o golpe, de outra parte, mantém-se em ofensiva, mas tem contradições no seu âmbito, com choques entre seus integrantes. O “partido” da Lava Jato é o mais agressivo do consórcio golpista, que em conluio com a mídia atua para derrogar o sistema político, atentando contra o Estado Democrático de Direito. O governo capitaneado pelo PMDB e PSDB tem farta maioria política parlamentar, composta, desde a consumação do impeachment, por legendas da direita e centro-direita, agrupadas no autodenominado “centrão” constituído por Eduardo Cunha. Tal maioria, acossada pela Lava Jato e o rechaço popular à agenda do governo, é instável e suscetível a reposicionamentos. As forças dominantes tentam blindar a condução da política econômica do quadro de instabilidade permanente. As crises política e institucional contribuem para manter o ciclo recessivo, resultando num cenário desalentador para os investimentos do empresariado.