Em oposição a isso, estão vivas na memória popular as conquistas alcançadas no último ciclo e é crescente a consciência de que o impeachment foi um engodo contra os interesses do povo. As forças progressistas disputam as ideias de que o Estado, sob sua direção, é indispensável na defesa do desenvolvimento; que a agenda neoliberal só favorece o rentismo por intermédio dos altos juros sobre a dívida pública e sequestra o papel do Estado em benefício de seus interesses; que os direitos sociais não são ônus, mas essenciais para se retomar o crescimento econômico, ao elevar a renda do trabalho, o consumo e a arrecadação, equilibrando o déficit fiscal. Enfim, que a corrupção só pode ser combatida respeitando-se as garantias constitucionais e indo-se à raiz dos problemas – a relação entre Estado conservador e poderes econômicos, inerente ao sistema das classes dominantes capitalistas e o sistema político onde impera o poder do dinheiro.