Olhos aos cegos, aos surdos os ouvidos e aos mudos nossa boca’
João Amazonas dizia que ‘o Socialismo é a esperança da juventude, o futuro da humanidade e o destino da classe operária’. Minha modesta contribuição para a Tribuna de Debates do 14° Congresso Nacional do Partido Comunista do Brasil é para falar de Socialismo. Livre, leve e solto pretendo neste rápido texto expressar convicções e ideais, carregados de um espécie de romantismo revolucionário e rebeldia juvenil de outrora.
Por Vinícius Puhl*
As ciências sociais explicam muito bem esse fenômeno, essa teoria e essa política que surgiu com Marx e Engels, forjou-se nas mãos de muitos, sobre tudo de Lenin e transformou-se numa esperança concreta para milhões de pessoas, principalmente os trabalhadores e as trabalhadoras em todo o Planeta. Uma ideia é muito além do que se imagina, como professou Vitor Hugo, ‘nada é mais poderoso do uma ideia cujo tempo chegou’. É um sonho, uma atitude, um ideal. Sua força, sua glória, sua luminosidade são por assim dizer, algo sublime. E, o Socialismo é feito de idéias, de povo, de suor, sangue e lágrimas. Mas, também é feito de sorriso, da generosidade e do amor. Falar de Socialismo para mim é tão bom, tão gratificante identificar-se com uma nova sociedade, com uma organização social que nos permite forjar, moldá-la ao nosso mais belo desejo de igualdade, de fraternidade e de solidariedade.
Triste são àqueles que, ‘Capitalistas’, sobretudo os atuais contemporâneos defensores de um liberalismo senil e decadente – muitos, inclusive, jovens, pobres e trabalhadores – sofrem com a desumanidade, os exemplos diários de escravidão, medo, raiva e medonhos acontecimentos que caracterizam o Capitalismo como um sistema injusto.
Tranformar o Mundo é o que nos propõe o Socialismo. Nos dá essa condição ao devolver-nos àquela sensibilidade de meninos, devolve ao ser humano sua instigante virtude, sua mais completa definição existencial de transformador. Um video institucional da ONU proclama que ‘há 03 milhões de anos a espécie humana habita o Planeta e nasceu com uma vocação fantástica, a de transformar tudo a sua volta, pedra em ferramenta, planta em roupa, chão em milharal, milho em pipoca, trigo em pão, água em energia, papel em literatura, silício em videogame…’ Vivemos um tempo de grandes e aceleradas transformações. Nem que eu tivesse vários dias nesta Tribuna, teria como falar das dimensões de cada uma delas, de pequenas mudanças do dia a dia aos grandes eventos que mudam para sempre a existência em nosso Mundo, sejam econômicas, culturais, socioambientais – agravadas pelo advento das mudanças climáticas -, científicas e tecnológicas.
Mudar o Mundo e construir o Socialismo é fazer justiça. E, como nos fala àquele acadêmico em sua formatura, ‘justiça nós faremos quando falarmos a verdade, calarmos a mentira e findarmos todo o abuso. (…) Justiça nós faremos quando abraçarmos a tolerância e negarmos a ignorância, quando beijarmos com amor, lutarmos com pudor sentindo toda a dor. Justiça nós faremos, meus amigos, quando olhos dermos ao cegos, aos surdos os ouvidos e aos mudos nossa boca, e ao órfão uma mãe, um lar ao destelhado, um sorriso ao desgraçado, o alfabeto ao iletrado, alegria ao infeliz, esperança aos muito honestos’.
Somos honestos, Camaradas! Ao defendermos o Socialismo e a justiça, ao fazermos com nossas vozes, nossos braços e nossa coragem nos forjamos nos marxistas leninistas que somos, e o construímos a partir da análise crítica e científica da sociedade e suas contradições, com a consciência e a disposição de luta da classe trabalhadora que desenvolve sua consciência histórica revolucionária a partir da evolução histórica do próprio homem e de sua vocação para transformar o Mundo em que vive.
O significado da insígnia dada ao Partido Comunista do Brasil no último período, que foi traduzida em uma palavra: IMPRESCINDÍVEL, trás consigo toda a singularidade que o caracteriza, o de construtor de uma nova sociedade, olhando para frente com os olhos no futuro e na luta do dia a dia, com esperança, futuro e destino. É o destino do PCdoB construir o Socialismo, autêntico, verdadeiro, que carrega o sentimento de igualdade, de solidariedade e de amor e, no pensamento sensível do revolucionário argentino Ernesto, que nos fala que ‘todo revolucionário é antes de tudo movido por sentimentos de amor’; amor a pátria e a seus filhos, amor a nação, um sentimento que nos faz lutar, que dá vida, e que vive na memória de tantos revolucionários brasileiros que a perderam em sua luta. Esse sentimento é muito mais que uma política, que uma teoria, é a materialização da própria alternativa ao Capitalismo, um Poder que emana de cada um e que erradia para todos/as.
Estou feliz em retomar uma militância política mais ativa, oriundo da Indústria, onde estive nos últimos 08 anos, sem deixar um dia de militar, de contribuir das formas possíveis ao Partido, completo 25 anos de Militância no PCdoB e resgato os versos do poeta gaúcho que diz, ‘olha Guri, lá no povo é diferente e certamente faltará o que tens aqui, eu só te peço não esqueça de tua gente, de vez enquanto manda uma carta Guri’. Eu e tantos outros não vamos precisar mandar ou receber carta, nós estamos aqui, estamos aqui para construir e dar uma modesta contribuição a causa revolucionária, a causa do Socialismo.
Viva o 14° Congresso do PCdoB!
Viva o Socialismo!
*Jornalista, gaúcho da cidade de Santa Rosa/RS. É Comunista e Industrial, atualmente trabalha no Poder Legislativo na Assessoria do Deputado Juliano Roso, líder do PCdoB na Assembléia Legislativa do RS.