O Partido Comunista do Brasil, fundado em 1922, e reorganizado em fevereiro de 1962, desde sempre teve como objetivo se constituir em uma ferramenta revolucionária, um partido da revolução e do socialismo.

Por Fernando Rosário*

Neste 14º Congresso, momento importante da luta de classes no Brasil e no mundo, é preciso que se reafirme isto de forma inequívoca. Estivemos juntos nos últimos 14 anos dos governos populares de Lula e Dilma, passamos nestes últimos tempos há ter presenças em espaços institucionais de executivos municipais, com prefeitos eleitos, e mais recentemente estaduais na vitória importante sobre a oligarquia do Maranhão. Nestes últimos tempos nossas fileiras se alargaram consideravelmente, o que é sem dúvida um salto positivo.

Em especial nossa participação nos governos Lula e Dilma, aos quais as teses realizam um balanço profundo e importante, mesmo em que pese o calor do momento, se deram em um momento político no qual grande parte “das esquerdas” se notabilizaram por apontar o caminho das reformas estruturantes e das políticas compensatórias como eixo de luta e fim em si mesmo.

Um partido como o nosso, que se pretende ferramenta revolucionária, precisa ter claro que a confusão entre tática e estratégia pode nos levar a uma espécie de reformismo gradualista.

Este foi o cerne da discussão que se estabeleceu a muito, e foi superada, no seio do movimento comunista internacional e que envolveu de um lado Lenin e de outro Kautsky e Bernstein. Não pretendo aqui retomar tal celeuma apenas reafirmar que é preciso que deixemos claro em nossos documentos atuais nossa orientação marxista-leninista.

Das contribuições de Lenin sobre esse tema que precisamos guardar com zelo e incluir na formação de nossos militantes sem titubear, mesmo que saibamos há muito também que o partido deve se adaptar ao processo revolucionário e não a revolução ao partido e que portanto não existe, a priore, um modelo único de organização leninista, é a ideia de dois princípios gerais devem guiar a nossa ação: Primeiro: O PCdoB deve se constituir em um partido de vanguarda, de quadros, e vinculado organicamente com a luta do proletariado, de massas, ao mesmo tempo. E segundo: O PCdoB deve ser um partido comprometido com a ruptura em relação a ordem capitalista e com a conquista do poder político para os trabalhadores.

*Sociólogo, educador e militante do PCdoB em Pelotas