Com o tema “Luta do povo: força motriz das mudanças”, o programa Olhar 65 desta quarta-feira (25), especial sobre o 15º Congresso, debateu o enfrentamento a Bolsonaro e a importância dos movimentos sociais e da frente ampla para alcançar este objetivo e reconstruir o país.

Para debater o assunto, a live recebeu Getúlio Vargas, presidente da Conam (Confederação Nacional das Associações de Moradores); Edson França, vice-presidente da Unegro (União de Negras e Negros pela Igualdade) e Liége Rocha, secretária de Movimentos Sociais do PCdoB, com mediação do secretário de Comunicação do PCdoB, Adalberto Monteiro, e o jornalista Osvaldo Bertolino.

O programa teve início com o questionamento a respeito do atual estágio da luta contra Bolsonaro e o desempenho dos movimentos sociais nessa jornada. “Vivemos um momento muito importante de resistência do povo. Temos visto, no último período, um crescimento das manifestações”, disse Liége Rocha.

Os movimentos sociais e os partidos, completou, “vêm ocupando as ruas, se manifestando e resistindo à afronta que esse presidente vem fazendo à vida dos brasileiros, aos direitos dos trabalhadores e trabalhadoras, o desrespeito com a população, com crescente descaso frente à pandemia, à fome, à miséria que o povo vem sofrendo”.

A dirigente salientou que “acertamos muitíssimo na defesa da necessidade de enfrentar Bolsonaro e desgastá-lo, com a frente ampla”. E chamou atenção para a necessidade de “impulsionar esse movimento mostrando que para que a gente possa desmascarar e derrotar Bolsonaro, é necessária a união de amplas forças”.

Sair da bolha

Neste mesmo sentido, Getúlio Vargas destacou: “avançamos muito, se pensarmos no que era a correlação de forças no início do governo Bolsonaro e o que está acontecendo agora”. Mas, alertou, “acredito que precisamos dar um salto de qualidade ainda maior. Precisamos deixar de conversar só para dentro da nossa bolha”.

Para o dirigente da Conam, essa ampliação se dá em dois sentidos. “No aspecto político, dialogando com outros setores que não são necessariamente os da esquerda mais tradicional; é preciso buscar o centro e inclusive setores liberais na economia, mas que tenham um mínimo de consequência em outras pautas, como as das liberdades e direitos individuais”, explicou. Além disso, “é necessário conversar mais com o povo, com as pessoas que estão sofrendo as mazelas desse desgoverno”. Getúlio salientou ainda que “muitos setores que se iludiram com Bolsonaro, rapidamente se desiludiram” e é preciso dialogar com eles.

Ao finalizar sua fala inicial, Getúlio apontou:  “O PCdoB está muito certo em defender frentes amplas. Este não é um momento para veto, para pensar que só a esquerda, sozinha, vai conseguir sair do gueto político que ela foi colocada no último período”.

Governo perigoso

Edson França, da Unegro, destacou que “enfrentamos um governo perigoso;  não podemos subestimar Bolsonaro”. Por isso, disse, “os movimentos sociais cumprem papel muito importante neste momento. Estar nas ruas nas condições que nós estamos, em plena pandemia, tomando os cuidados devidos, pautando em âmbito nacional a denúncia contra Bolsonaro e apresentando também, perspectivas para o nosso povo, não é uma contribuição qualquer”.

O dirigente também lembrou que, além dos movimentos sociais, tem sido fundamental a luta no parlamento, que tem acontecido em sintonia com as bandeiras dos movimentos sociais. “Precisamos de múltiplas formas de atuação e são essas formas que vão tecendo a frente ampla, que não é algo estático. Ela vai operando na medida em que a gente vai se movimentando e se mobilizando”, defendeu.

Assista a íntegra do debate:

 

Por Priscila Lobregatte