Por Edilson José Graciolli*

Nossa identidade partidária está expressa na chamada “foto 3×4” (3 frentes de luta: de ideias, de massas e institucional; e 4 pilares: organização, finanças, formação e comunicação). Toda a estrutura prevista em nosso Estatuto (das Organizações de Base ao Congresso, passando pelo sistema de direção – distrital, municipal, estadual e nacional, com o Comitê Central) segue válida, por suposto. Portanto, não se trata de inventar algo, ou propor modificação nessa estrutura. O problema é o da efetivação do que sabemos, ou deveríamos saber, como necessário.

A falsa oposição entre base (equivocadamente identificada, por vezes, como esfera da prática) e direção (igualmente confundida com teoria, ou algo que o valha) revela, por si só, graves distorções em relação à nossa matriz marxista (começando pelo marxismo-leninismo, mas também incluindo outras contribuições como as de Antonio Gramsci, Nicos Poulantzas) e ao método de construção partidária (democracia centralizada, ou centralismo democrático, que supõe o debate, não apenas a centralização).

Nenhum militante está impedido ou desobrigado de propor, participar e se articular nas lutas cotidianas em seus espaços de atuação em Organizações de Base! Todo militante é muito bem-vindo às instâncias partidárias para os debates e deliberações! De todo militante se espera, dentro do que estabelece o Estatuto, a contribuição financeira! De todo militante se espera a disposição para contribuir com as frentes de luta e os pilares da vida partidária!

A atividade humana (práxis) não permite a dissociação entre teoria e prática. O pensar e o fazer são, como tão bem verbalizaram Marx, Engels, Lênin, Gramsci e outros, expressões da necessidade de produzir as condições materiais de existência e da possibilidade de agir sobre a realidade posta (Lukács), no sentido de sua transformação.

 

*Professor de Ciência Política e Sociologia da Universidade Federal de Uberlândia; Presidente do Comitê Municipal Uberlândia; membro do Comitê Estadual MG.