Por Alessandro Leite Guimarães*

A legislação eleitoral restritiva, arma das elites brasileiras para barrar o livre funcionamento e crescimento de partidos progressistas em geral e dos comunistas, em particular, deve ser enfrentada com planejamento, determinação e encarada como tarefa de caráter estratégico pelos coletivos dirigente e militante do PCdoB.

Um partido como o nosso, de orientação marxista-leninista e de objetivos estratégicos, necessita adotar, como centro da sua ação política, um sistema integrado, das direções às bases, que forneça os elementos de coesão, disciplina e, ao mesmo tempo, flexibilidade consentâneas com o espírito de nossa época. A luta de classes continua sendo o que sempre foi, na essência, mas na forma ou formas de apresentação, exige de nós constante reformulação das abordagens junto ao proletariado e seus aliados para a conquista dos corações e mentes para a revolução brasileira. Dito isto, considero acertada a decisão de reforçar os comitês municipais como centro nevrálgico da aplicação da nossa política em toda a linha. O fortalecimento dos CM’s, com a adoção de uma justa política de quadros (as pessoas certas nos lugares certos), com o reforço de sua capacidade de intervenção nas diversas realidades políticas locais, o que implica também na formação política imprescindível à sua capacitação, a ocupação geográfica das cidades-polo, que influenciam seus entornos, constitui a justa medida do fortalecimento do PCdoB, política e eleitoralmente, com vista ao seus necessário crescimento e consolidação no país. É evidente, portanto, que todo este esforço deve se dar no sentido de se criarem as condições para a construção de uma imensa quantidade de organismos de base de todo tipo. Nos bairros, escolas, empresas, mas também em torno de atividades diversas cuja dinâmica não nos permitem classificá-las nas formas clássicas de organismos territoriais. As afinidades que aproximam e cimentam convivências, toda e qualquer manifestação do povo que gere condições de “juntar gente”. Devemos estar atentos a todas as formas de nos ligarmos ao povo, com fluidez, flexibilidade que nos permita chegar em todos os poros da sociedade. Onde houver gente que vende sua força de trabalho, o PCdoB precisa montar um regimento do nosso partido. Se assim procedermos, e sei que o desafio é enorme, poderemos romper o cerco que as elites nos impõem. O organismo de base militante, dirigido e/ou acompanhado pelos melhores quadros partidários é a saída (clássica, mas muitas vezes negligenciada por nós, dirigentes) para superarmos as dificuldades institucionalizadas na legislação eleitoral, com consequências político-eleitorais nefastas ao crescimento partidário.

Creio, assim, que se sairmos do 15º Congresso com um programa que, no tocante à estruturação partidária, nos leve a uma verdadeira cultura da construção, acompanhamento, crescimento e manutenção de organismos de base por este imenso Brasil e esse programa for adotado pelos coletivos dirigente e militante, o PCdoB alcançará um novo patamar, aquele necessário a um partido com o tamanho das ideias que defende.

Viva o 15º Congresso do Partido Comunista do Brasil!

 

*Policial Penal. Membro do pleno do Comitê Estadual de Pernambuco e da comissão de Organização do Comitê Estadual-PE. Vice-Presidente do Comitê Municipal de Pesqueira-PE.