A luta das mulheres por direitos iguais, sem preconceitos e racismos
Por Márcia Campos*
Aproxima-se o 15º Congresso Nacional do PCdoB. Todos e todas estamos nos preparando, nos capacitando mais para debater as diretrizes de uma Plataforma Desenvolvimentista para nosso país a ser provada pela plenária final do Congresso.
Em vários estados brasileiros nossas ações e nossa militância incansável muito nos orgulham pelos excelentes coletivos que temos, com quadros atuantes e formadores de opinião na sociedade.
Nossos olhos brilham e nosso coração bate mais forte com a atuação de dirigentes corajosas e destemidas que incomodam diariamente nossos inimigos por sua ousadia, combatividade, determinação, resiliência, maturidade e juventude.
Os trabalhadores e as trabalhadoras do Brasil merecem nossos parabéns e nosso reconhecimento pela bela preparação do 5º Congresso da CTB e pela delegação combativa que participou. Este congresso fortaleceu muito o potencial de luta e conquistas para aqueles que constroem nosso país, de sol a sol, com suor, lágrimas, muita força e amor ao Brasil. Parabéns aos trabalhadores e trabalhadoras pela unificação da CTB e CGTB, numa demonstração da maturidade dos dirigentes sindicais que, ao se unirem, ficaram ainda mais fortes para enfrentar as mazelas que a política do genocida Bolsonaro tem deixado na vida dos brasileiros. Parabenizo efusivamente a nova direção eleita e nas pessoas de Adilson Araújo, presidente da CTB e Celina Arêas, secretária da Mulher da CTB. Elogio e reafirmo a grande contribuição para a emancipação plena das mulheres e em especial das trabalhadoras, com a eleição de uma executiva combativa e altiva, com mais de 50% de mulheres. A CTB vai voar que nem cometa pois, quando as mulheres se somam na luta tudo avança mais aceleradamente trazendo muitas conquistas para todos os trabalhadores.
Nosso país atravessa um período dramático, com uma crise econômica, social e sanitária e com um governo fascista, genocida e autoritário, que promove a disseminação da Covid-19 e ataca diariamente a democracia em nosso país, fazendo ameaças ao processo eleitoral de 2022.
Quis usar a data da Pátria, 7 de setembro, para levar inquietudes e preocupações para os brasileiros que constroem a Nação. Nas ruas, trabalhadores e trabalhadoras, mais uma vez, desfraldaram a bandeira brasileira e a bandeira de nosso partido numa grande demonstração de cidadania e civilização. O sentimento que arrebatava os corações democratas é um grito do fundo da alma: Não a Barbárie!!!
A pandemia do coronavírus infectou quase 22 milhões de brasileiros e já vitimou quase 600 mil brasileiros, enlutando suas famílias, deixando muito desalento e desesperança que precisamos reverter e reconstruir o Brasil. Para isso é necessária uma plataforma emergencial que desenvolva nossa Nação, tornando-a soberana e independente.
Hoje no Brasil há quase 34 milhões de desempregados, subempregados e desalentados. Durante a pandemia 8 milhões e 800 mil mulheres perderam seus empregos. Nós mulheres somos mais de 80% dos profissionais de saúde que cuidam dos doentes no Brasil. Na linha de frente dedicamos pacientes com Covid-19 tratamento intenso, humanizado, corajoso. Essas profissionais são o único elo destes doentes com a vida e a esperança. Nos orgulhamos profundamente com tanto zelo e amor ao próximo.
De cada 10 mulheres grávidas que morreram no mundo, quando foram ter seus bebes, 8 eram mulheres brasileiras. O Brasil representa 2,3% da população mundial, mas somos mais de 14% dos que morreram de Covid-19. Uma indignidade. Um total descompromisso com a vida e o futuro do Brasil.
Hoje em nosso país, cerca de 117 milhões de homens e mulheres estão sobrevivendo com total insegurança alimentar. Na miséria absoluta, passando fome, há 19 milhões de brasileiros e brasileiras. Isso num país que bate recordes na produção de colheita de alimentos.
O desgoverno brasileiro, comandado por um corrupto negacionista, está a cada dia enfrentando mais uma crescente rejeição por parte do nosso povo. Muitos, inclusive, que haviam votado no presidente fascista e hoje já não se comprometem mais com ele. A rejeição se alastra aceleradamente também em segmentos organizados da sociedade brasileira,
O desespero toma conta do Palácio do Planalto e da Esplanada dos Ministérios, quando os indígenas vão combater o marco temporal e de forma incansável caminham, cantam, protestam, mostram seu valor, sua garra, suas lanças e sua beleza.
Vários empresários, parte do agronegócio, banqueiros, artistas, intelectuais, segmentos expressivos da academia, cada um a seu modo, com lives, manifestos, notas, mobilizações de rua, enfim, de todas as formas, com uma criatividade invejável, repudiam o atual governo, exigindo democracia, direito à vida, vacina para todos.
As centrais sindicais se unem para exigir um auxílio emergencial decente, de 600 reais para todos e de 1200 reais para as mães chefes de família. Defendem o funcionalismo público, ameaçados pela PEC 32 da reforma administrativa de serem dizimados. As centrais exigem ainda auxílio financeiro para a pequena, micro e média empresa para que elas não quebrem e não demitam seus trabalhadores, jogando o povo ainda mais na miséria.
Com ampla mobilização, os trabalhadores e trabalhadoras tiveram uma grande vitória na defesa de suas conquistas históricas. O Senado derrotou, por 47 votos a 27, a Medida Provisória 1045, que representava um ataque covarde de Bolsonaro aos direitos trabalhistas. A medida previa uma nova reforma trabalhista com a criação de regimes de contratação sem a garantia de direitos previstos na CLT. A vitória reforça em todos nós a determinação em revogar as leis que tiraram os direitos trabalhistas e previdenciários. Revogar o Teto de Gastos e, dessa forma, o Brasil voltar a investir em saúde e educação.
O Sistema Único de Saúde (SUS), sucateado ao extremo pelo negacionista de plantão, é reconhecido no mundo todo como um dos sistemas mais avançados nos cuidados com a saúde integral da população. Quanto fortalecida for a saúde pública melhor desempenho o país terá. Investir no Complexo Industrial de Saúde, fortalecendo e desenvolvendo o Brasil, que também um país que sempre foi modelo na área de vacinas. Com Bolsonaro, além do roubo nas compras de vacina contra o coronavírus, vemos a China, a Índia e Cuba, com suas vacinas nacionais, enquanto o Brasil com uma Fiocruz e um Butantã, 100 anos de sucesso absoluto, ainda não tem uma nossa vacina nacional. Um escândalo.
A CPI da Covid no Senado, uma grande conquista da Frente Ampla no Congresso, tem demonstrado que não o Brasil poderia ter evitado ter centenas de milhares de mortes. A comissão investigadora vem resgatando em cada um de nós a convicção que o “Fora Bolsonaro do poder” é uma luta atual e necessária.
Na segunda parte deste artigo, detalharei mais a luta em defesa dos direitos das mulheres e dos trabalhadores em geral.
Título original: A Plataforma Emergencial e a luta das mulheres brasileiras por direitos iguais, sem preconceitos e racismos (Parte 1)
*Secretária Nacional Adjunta das Mulheres do PCdoB.