Por Márcia Campos*

A luta de todos e todas passa por garantir melhores condições de vida para o povo brasileiro. Vamos debater com as diretrizes que serão apresentadas no Congresso do Partido, que as mulheres trabalhadoras devem receber salário igual para o mesmo trabalho realizado pelo homem. Em 45% das famílias brasileiras chefiadas mulheres, as mães cuidam e sustentam sozinhas seus lares. Nós mulheres lutamos por creches em período integral, licença maternidade maior para a mulher cuidar do seu bebe, de 1 ano, na hora mais importante de suas vidas. Promover, valorizar e dignificar a maternidade.

A Plataforma do Desenvolvimento prevê o crescimento do Brasil baseado no mercado interno e para isso, nosso povo tem quer emprego com salário decente. Defendermos que o salário mínimo seja duplicado em 4 anos. O Dieese fala em salário mínimo de R$ 5 mil, valor equivalente ao que o presidente Juscelino Kubitschek instituiu. Esse salário é possível, é justo e super necessário. No setor cultural também há uma situação grave: 5 milhões de trabalhadores estão sem renda nenhuma. Um país não vive sem sua história, suas tradições, sem suas raízes.

Num quadro de quadro de grave desemprego, com mais de 14 milhões de trabalhadores sem trabalho, urgente manter os que ainda existem e gerar 21 mais milhões de novos postos de trabalho. É preciso resgatar o papel central do trabalho como impulsionador do desenvolvimento do país, da emancipação do ser humano, da dignidade e autoestima do trabalhador e da trabalhadora.

As diretrizes para a Plataforma Emergencial Desenvolvimentista para o Brasil, prevê que façamos uma reforma agrária. Mais de 130 mil famílias vivem ao relento à beira das estradas. É preciso dar terra para que elas possam produzir e baratear o alimento que precisa chegar no prato do brasileiro.

Retomar a Conab e garantir estoque regulador de alimentos para o período da entressafra. Priorizar a distribuição de alimentos no mercado interno, para o povo, e não permitir que sejam vendidos pelo agronegócio a peso de dólar e ouro para os países estrangeiros. Querem vender seus produtos lá fora em dólar num momento que o nosso real está totalmente desvalorizado em relação à moeda norte-americana. No mercado interno, os alimentos estão sendo ofertados por valores absurdos, impraticáveis, desumanos, levando nosso povo ao desespero, à fome e à miséria atroz. Cínico, Bolsonaro afirma: “Para que comprar feijão?  Comprem fuzil!”  Um insano na presidência do Brasil.

Nosso povo está passando fome. O gás está custando 130 reais e muitas famílias estão usando carvão ou álcool para cozinhar e sofrendo queimaduras horríveis. O preço da luz foi para a estratosfera e não podemos mais alcança-lo. Bolsonaro e Guedes querem que o povo volte a usar vela em casa. O óleo de cozinha sofreu um aumento de 130%. A carne custa 70 reais. O arroz 30 reais. Feijão 26 reais. O pepino 9,50. É urgente reduzir os preços da cesta básica, tabelar os preços nos valores do início da pandemia, em janeiro de 2020 e congelar esses valores até o final da pandemia.

As condições de vida do povo brasileiro são catastróficas. 15% da população não tem água potável. 52% não tem saneamento. Bolsonaro não mexeu um dedo para minimizar essa realidade que o povo atravessa e que só faz aumentar as péssimas condições de vida do povo brasileiro. Afirma dentro e fora do país que o país está muito melhor desde que ele virou presidente e que só não melhora mais por conta do Congresso, do STF e dos governadores, que não o deixam governar. Dentro e fora do Brasil, este presidente é uma aberração.

Os 30 milhões de trabalhadores que ainda estão empregados são vítimas de um violento arrocho salarial. Depois de sofrerem com a reforma trabalhista, que tirou 100 itens da CLT, veio a reforma da previdência que faz o trabalhador e a trabalhadora se aposentarem dez anos mais tarde e receberem só metade da aposentadoria.

Dos trabalhadores na formalidade, 11 milhões são servidores públicos, cerca de 65% são mulheres, e estão ameaçados pela PEC 32 que, se aprovada, vai significar o desmonte do serviço público no Brasil. Esta luta tem mobilizado o Brasil.

Há 6 milhões de brasileiros sem moradia ou vivendo em moradias precárias. Por outro lado, no Brasil há 6 milhões de imóveis desabitados, alimentando a especulação imobiliária. Não há motivo para os brasileiros ficarem ao relento a não ser para atender a ganância de especuladores.

Vamos polarizar e mobilizar a sociedade para enfrentar as agressões do governo contra todo o povo, e em especial contra as mulheres, contra os direitos adquiridos na Constituição Cidadã de 1988. O Brasil parou de crescer. No entanto, cresceu de forma assustadora a flexibilização dos direitos adquiridos pelos trabalhadores e trabalhadoras.

Em nossas diretrizes de Plataforma Emergencial de Reconstrução Nacional, o tema da presença das mulheres, no partido e na sociedade, está tendo um grande destaque.

Nosso partido é presidido por Luciana Santos, vice-governadora de Pernambuco, prefeita de Olinda por duas vezes e ex-deputada federal. Nossa bancada federal tem 50% de parlamentares combativas. Com uma expressiva atuação têm se destacado entre todos os parlamentares do Congresso, segundo várias pesquisas divulgadas.

Reforçamos a manutenção dos 30% do fundo eleitoral para as candidaturas femininas, manter 30% de mulheres na lista de candidatos do nosso partido, pela manutenção dos 5% do fundo partidário para os trabalhos da Secretaria Nacional da Mulher do PCdoB, a fim de promover a participação feminina no partido.

Parabenizamos nossa bancada pelas importantes vitórias na Câmara dos Deputados como  a valorização do voto em candidaturas de mulheres e negros com maior destinação de recursos do fundo eleitoral, a criação das federações partidárias e o retorno das coligações proporcionais e a criação da reserva de vagas no parlamento para as mulheres. Nossa luta cresce agora no Senado para aprovar essas medidas e derrubar os vetos do presidente genocida a algumas dessas conquistas, como a federação de partidos.

Vamos eleger mais mulheres para que atuem visando diminuir a discriminação, o racismo, lutar pela liberdade e emancipação de nosso povo, homens e em especial mulheres, aprovar no Congresso Nacional a reserva de cadeiras para as candidaturas femininas, enfrentando a sub-representação feminina no Parlamento.

Temos visto na CPI da Covid-19 um exemplo do papel destacado que as mulheres parlamentares podem ter. Mesmo que os partidos políticos não tenham indicado representantes femininas para integrar a comissão, senadores têm exercido papeis relevantes. Unidas e decidas, passaram a atuar na CPI como convidadas. Com uma atuação excelente e bastante incisiva, conquistaram voz e chegaram até a presidir algumas sessões.

Várias denúncias, comprovações que depoentes mentiam e/ou eram responsáveis por irregularidades na compra de vacinas pelo Ministério da Saúde foram demonstrados pelas senadoras mulheres. Um exemplo de capacidade, competência, compromisso e valor político.

A decisão do Comitê Central do PCdoB é de termos pelo menos 35% de mulheres nas direções partidárias em todos os níveis. Essa conquista nos emula e nos mobiliza ainda mais. É necessário e imprescindível a atuação de todos e todas no partido para preparar, capacitar e desenvolver mais e mais as mulheres do PCdoB. Elegê-las para os órgãos de direção é um dos passos que contribuem para que as militantes aumentem a sua autoestima e confiem, assim como os homens militantes, podem cumprir um grande papel de comando no partido, de representação política nos parlamentos, de liderança das massas, em todos os níveis. Confiar e investir cada vez mais nas mulheres, demonstra a maturidade partidária e o crescimento de todo o partido.

Nossa luta nas ruas, o Fora Bolsonaro, ganha a cada dia mais e mais adeptos. Uma grande Frente Ampla unificada com a luta Fora Bolsonaro, pela democracia e pela vida, está cada dia mais real. Esta tarefa é de todos nós e devemos nos empenhar cada vez mais para nos unirmos a todos e todas. Bolsonaro se propôs a dar um golpe no dia 7 de setembro. Foi derrotado. Os democratas de nosso país se uniram, crescemos em força política e desde então crescem as manifestações e adesões a essa Frente, a única com a força necessária para barrar e arrastar o genocida para tirá-lo do poder que usurpou.

Viva o 15º Congresso do PCdoB!

Viva a Frente Ampla!

Viva o Brasil!

Viva as mulheres brasileiras e as mulheres do PCdoB!

Viva as Diretrizes da Plataforma Emergencial do Desenvolvimento do Brasil!

 

*Secretária Nacional Adjunta das Mulheres do PCdoB