Luta antirracista – Parte I
A disputa de interesses políticos e econômicos são alguns marcadores da degradação, traumas e violências da existência humana ao longo de séculos.
Para tanto, a disposição de conflitos, leia-se nesse contexto temporal, o impeachment da Presidente Dilma Vanda Roussef, e a eleição em 2018 de Jair Messias Bolsonaro e pandemia de Covid-19, enquanto elementos constituidores dos grupos em disputa, bem como, as expressões públicas em destaque são também a luta pela imposição da determinada percepção dos atores e luta em suas conexões locais, regionais, nacionais e internacionais.
Tradicionalmente os espaços de poder da sociedade são reservados a homens héteros, cisgênero, brancos e ricos. Mesmo nas chamadas microrrelações, nas pequenas relações de poder cotidianas, a tendência é que: o homem tenha mais poder e privilégio social em relação à mulher; os héteros também o têm em relação à população LGBTQ+; os brancos também possuem esse privilégio e esse poder desproporcional em relação à população preta.
O maior patrimônio de um país é seu povo, e defendê-lo é promover a instituição de um Estado soberano.
A população urge em ser qualificada como um sujeito político, um indivíduo possuidor de necessidades, questões de identidade como gênero, etnia, raça, localização geográfica ou mesmo idade. O sujeito é a interação entre múltiplos fatores sociais que definem pessoas, unidas por interesses comuns e que participam das condições gerais de vida.
O dinamismo histórico em torno da etnogênese, ou melhor, as etnogêneses da sociedade brasileira ainda são profundamente permeadas pela “superação” das crises sociais, humanitárias, políticas e econômicas.
A quem serve esse discurso?
Compromissos com a justiça social e inclusão como direitos, trabalho, emprego, renda e segurança alimentar para combater a fome, a pobreza, o desemprego, a precarização do trabalho e do emprego, e a desigualdade e a concentração de renda e de riquezas, já são previstos pela Constituição Federal de 1988.
Nossos compromissos precisam voltar-se para outros ângulos, ou atuações constituidoras de condições para a plenitude da implementação. E isso não é uma exigência voluntarista, decorre do avanço da consciência social. É resultado objetivo do desenvolvimento científico e tecnológico, do salto das forças produtivas que o capitalismo é incapaz de colocar a serviço da humanidade.”
Chamo ao debate uma unidade metodológica chamado “paradigma”, definida como uma ciência, onde um tipo de atividade altamente determinada que consiste em resolver problemas (como um quebra-cabeça). Problematizado pelo pesquisador da história da ciência e filosofia da ciência Thomas Kuhn, “quebrar o paradigma”, portanto, seria fazer algo diferente do que vem sendo feito.
Parece simples, mas muitas enfrentam problemas com a quebra de paradigma. Tarefa nada fácil, mas inevitável como um ponto de partida na delimitação de “problemas” a serem “resolvidos”.
Por conseguinte, a esta revisão de ideais, sem pretender definir, estabelecer, propor, mas apenas compreender, analisar e interpretar, agregamos à esta colaboração também a observância acerca da valorização da Cosmovisão dos Povos Indígenas, Africanos, e Afroameríndios, das Comunidades e dos Movimentos, como um novo ciclo de movimentos no Brasil e na América Latina.
A exemplo do Sistema Único de Saúde (SUS) como um dos maiores e mais complexos sistemas de saúde pública do mundo, é fundamental para a evolução profissional e pessoal de qualquer pessoa, um Sistema de Educação avançado, com tudo que os alunos precisam para intensificar o aprendizado e o desenvolvimento.
Entendemos que a pandemia do Covid-19, entre outros dispositivos de conflitos, revelara contrastes paradoxalmente básicos, diante da dimensão universal que afetou a todo o planeta, mas é preciso, portanto, recuperar o agravamento para os alunos que ficaram defasados devidos às inúmeras limitações, materiais, pedagógicas ou tecnológicas, durante a crise sanitária.
Assim, estimulados neste momento histórico decisivo, onde conclamadas foram todas as forças sociais, políticas e econômicas comprometidas com a democracia, com a soberania e com o desenvolvimento a somarmos esforços para reconstruir e transformar o Brasil, ao resgate das forças, o otimismo, a criatividade e a esperança do povo brasileiro, reforçamos a seguir, sobre a necessidade, de investimento em educação de qualidade, no direito ao conhecimento e no fortalecimento da educação básica, da creche à pós-graduação, coordenando ações articuladas e sistêmicas entre a União, Estados, Distrito Federal e Municípios, e a retomando as metas do Plano Nacional de Educação no sentido de avanço e não apenas como processo de reversão dos desmontes de governos anteriores.
Nesse sentido, ainda sob o argumento de que maior patrimônio de um país é seu povo, e que portanto é um processo social, que está estreitamente ligado à liberdade, à luta de classes, e à instauração de um novo modelo social que supere aspectos do modelo vigente, possível no campo da instrumentalização, diacronicamente moral, mas civilizatório, ante a emancipação que tem sido discutida e debatida ao longo do século XX, que presentes de algum modo na própria sociedade, pressupões as transformações políticas, econômicas, sociais e culturais da sociedade.
Particularmente, a nós Comunistas do Partido Comunista do Brasil, sobre revigorar e de orientação marxista-leninista e de objetivos estratégicos, e firmados na tática de frente ampla democrática de todas as oposições, concebidos pela Resolução Política do 15º Congresso, tenhamos como pilares o enfrentamento desenvolvimento nacional, a partir da relevante representação partidária da ministra da Ciência, Tecnologia e Inovações, Luciana Santos.
Sua participação no primeiro escalão do governo, nos coloca em dimensão de referência para que o reconhecimento da luta antirracista e emancipacionista, perpassando pela quebra de paradigmas, a fim de superação como movimento ideológico ou atitude de oposição ao racismo.
*É Secretária Municipal da Mulher do Comitê Municipal do PCdoB de Parnamirim/RN. Professora – SEEC/RN e Mestranda em Antropologia Social – Linha de Pesquisa Gênero, Corpo e Sexualidade – PPGAS/UFRN