Metalúrgica Durametal, durante fabricação de cubos de rodas. CNI | Foto: José Paulo Lacerda/Agência CNI

A Confederação Nacional da Indústria (CNI) condenou a manutenção da taxa básica de juros, a Selic, em 13,75%. A entidade considerou equivocada a decisão do Copom (Comitê de Política Monetária) do Banco Central nesta quarta-feira (3). “A Selic em 13,75% ao ano está em um nível que restringe excessivamente a atividade econômica”, afirma Robson Andrade, presidente da CNI. “E, volto a dizer o que disse no Senado há poucos dias: as empresas estão tomando crédito a mais de 30% e o setor produtivo não aguenta pagar esse nível de juros”.

“Neste momento, a manutenção da taxa de juros é desnecessária para combater a inflação e apenas impõe riscos adicionais para atividade econômica”, avalia o presidente da CNI.

Robson Andrade afirma que a Selic está há mais de um ano em patamar alto o suficiente para contrair a atividade econômica e desacelerar a inflação. Atualmente, a taxa de juros real, descontada a inflação está em 8,1%, é a maior do mundo.

A CNI afirma que “as altas taxas de juros foram um dos fatores mais importantes para a desaceleração da atividade econômica observada no final de 2022. No último trimestre no ano passado, o PIB encolheu 0,2% na comparação com o trimestre anterior. Como esse nível foi mantido nos primeiros meses de 2023, a Selic continua restringindo significativamente a atividade econômica e as expectativas do Boletim Focus do BC indicam alta do PIB de apenas 1% em 2023 em relação a 2022”.

Além disso, a CNI destaca que “é fundamental levar em consideração os eventos adversos relacionados a grandes empresas varejistas no Brasil sobre o mercado de crédito. Esses acontecimentos têm levado ao aumento de provisões por parte dos bancos e reduzido a oferta, tornando o crédito mais caro. Os efeitos na economia são equivalentes a um aumento da Selic”.

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