Terreno fértil para o Projeto Nacional de Desenvolvimento
A contradição principal que atravessa a conjuntura brasileira, com a taxação de Trump, veio a nu, trata-se do embate entre o imperialismo e a nação. A atual Frente Ampla, embora seja espaço fundamental da luta, ainda carece de um verdadeiro conteúdo nacional. Mesmo o presidente Lula, que expressa a consciência mais avançada neste campo no governo, enfrenta limites para emplacar sua linha dentro do PT, como se vê na postura de alinhamento de setores, como o de Haddad, ao sistema financeiro.
Nesta nova etapa, a Frente Ampla ganha ainda maior relevância. É necessário unir amplas forças nacionais — trabalhadores e empresários nacionais, da esquerda à direita, para enfrentar o imperialismo e defender a soberania do Brasil. Hoje, a luta em defesa da democracia tem como centro, mais uma vez, como na época da derrubada da ditadura, a luta pela soberania nacional.
Um projeto nacional de desenvolvimento torna-se condição indispensável: não há como enfrentar o imperialismo sem fortalecer a nação, particularmente no terreno econômico. No entanto, para que possamos contribuir de maneira decisiva na construção dessa frente e, ao mesmo tempo, disputar seus rumos, é preciso ampliar a influência do Partido, enraizando-nos ainda mais no povo. Isso exige fortalecer as correias de transmissão entre o Partido e as massas.
Para tanto, precisamos radicalizar e revolucionar nossa prática política. O funcionamento efetivo dos organismos de direção, em estreita ligação com os organismos de base, deve estar comprometido em traduzir a linha política do Partido na vida cotidiana do povo, fundamentados firmemente no marxismo-leninismo. Este é o caminho para revigorar o Partido, ampliar nossa influência e disputar os rumos da nação em direção à independência frente ao imperialismo, pavimentando a transição ao socialismo.
Estar nas entidades de massa não tem valor se não for para unir as lutas específicas à política geral do Partido. As iniciativas individuais dos militantes são importantes, mas não se traduzem no fortalecimento do coletivo partidário se não houver prioridade em articular, em cada frente de massa, a luta imediata ao projeto estratégico.
*Advogada. Presidente do PCdoB na cidade de Florianópolis/SC e membro da Executiva do PCdoB/SC.