(Foto: Sueli Scutti)

A médica sanitarista e epidemiologista Célia Medina, militante histórica do SUS (Sistema Único de Saúde), confirmou nesta segunda-feira (9) sua filiação ao PCdoB. Sua ficha foi abonada pelo ex-deputado e também médico Jamil Murad, em cerimônia realizada na sede do Partido, na região central de São Paulo.

“Sempre fui comunista e tenho uma identificação muito grande com as ideias do PCdoB, sobretudo na área internacional”, afirmou Célia. Ao se filiar, ela estava acompanhada do historiador Sérgio Lessa, coautor do livro “A Grande Revolução Russa (1917-1921)”. Ex-professor de russo da própria Célia, Lessa é filiado ao PCdoB há quatro anos.

Também participaram da cerimônia o presidente estadual do PCdoB, Rovilson Brito, e o presidente municipal, Alcides Amazonas, além do ex-deputado Nivaldo Santana. Todos deram as boas-vindas à nova filiada. “Mais que um reforço, um quadro como você é um grande orgulho para nosso partido”, afirmou Rovilson.

“A Célia já chega com essa disposição em nos ajudar a eleger Guilherme Boulos prefeito e Cláudio Fonseca vereador. Tanto a prefeitura quanto a Câmara dos Vereadores de São Paulo precisam ter mais representação popular e progressista”, disse Amazonas.

Da ditadura ao SUS

Jamil lembrou que conheceu Célia na resistência ao regime militar – ele já era militante do PCdoB, e ela, do PCB. Na década de 1970, os dois participaram do movimento Renovação Médica.  Formado por opositores da ditadura, o grupo chegou à presidência de entidades como o Sindicato dos Médicos de São Paulo (Simesp) e o Conselho Regional de Medicina (Cremesp).

Com a redemocratização, Célia – que já era professora de Medicina – se dedicou à luta pela construção de um sistema público de saúde. Essa luta culminou na criação do SUS – uma das principais conquistas da “Constituição Cidadã de 1988”.

Nos anos posteriores, ela deixou o PCB, mas permaneceu ativa nas lutas populares. Doutora em Saúde Pública, conciliou o exercício da profissão com a militância social. Já filiada ao PT, defendeu os governos de Lula e Dilma Rousseff, tendo sido uma das fundadoras, em 2015, do Coletivo Democracia Corinthiana.  

Sua atuação mais recente inclui trabalhos de apoio a refugiados africanos e participação ativa em agendas do Cebrapaz (Centro Brasileiro de Solidariedade aos Povos e Luta pela Paz). Integrou também o núcleo paulista do Centro de Estudos da Mídia Alternativa Barão de Itararé. Atualmente, é supervisora acadêmica do Programa Mais Médicos.