A Rússia se prepara para lembrar os 80 anos do Dia da Vitória, histórica data em que a União Soviética selou a derrota da Alemanha nazista na 2ª Guerra Mundial. A tradicional celebração do feito de 9 de Maio de 1945 ocorre na próxima sexta-feira (9), com um grande desfile cívico-militar, na Praça Vermelha, em Moscou.

Além do presidente russo, Vladimir Putin, a cerimônia contará com a presença dos também presidentes Luiz Inácio Lula da Silva (Brasil) e Xi Jinping (China). A primeira-dama Janja Lula da Silva já desembarcou em Moscou. Ela cumprirá uma série de agendas ligadas à comunidade brasileira na Rússia e à Aliança Global Contra a Fome e a Pobreza.

Já a chegada de Lula está prevista para quinta-feira (8). A comitiva brasileira embarcará na terça-feira (6), às 22 horas, de Brasília. O presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União Brasil-AP), integra a missão. Lula ficará na Rússia até sábado (10), partindo em seguida para a China, onde participará do 4º Fórum China-Celac (Comunidade de Estados Latino-Americanos e Caribenhos).

De acordo com a imprensa oficial chinesa, Xi Jinping visitará a Rússia por quatro dias, de 7 a 10 de maio. A China igualmente comemora sua vitória na “Guerra de Resistência do Povo Chinês contra a Agressão Japonesa”, outro marco da 2ª Grande Guerra.

“Como os dois principais teatros da Ásia e da Europa na 2ª Guerra Mundial, China e Rússia fizeram imenso sacrifício e grandes contribuições históricas para garantir a vitória na Guerra Mundial Antifascista, salvar suas respectivas nações da ruína e também salvar o futuro da humanidade”, disse um porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da China. “Com uma visão histórica e de uma altura estratégica, o presidente Xi e o presidente Putin guiaram as relações China-Rússia na nova era para sempre avançarem.”

BRICS

A comemoração do Dia da Vitória foi pauta da reunião de ministros das Relações Exteriores do BRICS, realizada em 28 e 29 de abril, no Rio de Janeiro. Conforme a Declaração da Presidência, divulgada ao fim da reunião, a 2ª Guerra Mundial “trouxe profundo sofrimento à humanidade, particularmente na Europa, África, Ásia, Pacífico e outras partes do mundo”.

Os chanceleres deram “pleno apoio à Resolução 79/272 da Assembleia Geral das Nações Unidas sobre o 80º aniversário do fim da 2ª Guerra Mundial, sobre esse evento histórico, que estabeleceu as condições para a criação das Nações Unidas, concebida para proteger as gerações futuras do flagelo da guerra”.

Na Rússia, o maior conflito bélico da história – que se estendeu de 1939 a 1945 – é chamado de Grande Guerra Patriótica. Estima-se que ao menos 70 milhões de pessoas morreram em decorrência da guerra – e que 20 milhões dessas vítimas eram soviéticas, entre civis e militares. Há estudiosos, porém, que contabilizam 85 milhões de perdas, das quais 27 milhões seriam soviéticas.